"Precisamos de duas coisas: precisamos da vontade e precisamos de verbas", afirmou Roberta Metsola sobre o plano de "Rearmar a Europa" apresentado por Von der Leyen.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, falou hoje numa "oportunidade de ouro" para a União Europeia (UE) mobilizar verbas para a defesa comunitária, quando se iniciam discussões sobre o próximo orçamento europeu a longo prazo.
REUTERS/Yves Herman
"A Europa tem de levar a sério a sua própria defesa. Precisamos de duas coisas: precisamos da vontade e precisamos de verbas", afirmou Roberta Metsola, intervindo hoje em Bruxelas num fórum organizado pelo grupo de reflexão Centro de Política Europeia (European Policy Center).
Após o anúncio desta manhã, sobre um plano de 800 mil milhões de euros para armamento comunitário, a líder da assembleia europeia apontou: "Estamos agora a começar a negociar o próximo Quadro Financeiro Plurianual, pelo que temos uma oportunidade de ouro para alinhar melhor o nosso orçamento com as nossas prioridades estratégicas".
Lembrando que "qualquer reafetação de fundos para a defesa no âmbito do atual Quadro Financeiro Plurianual tem de passar pelo Parlamento", Roberta Metsola prometeu que a sua instituição "dará o seu melhor" para que instrumentos como o Fundo Europeu de Defesa e o Programa Industrial Europeu de Defesa sejam reforçados.
"A Europa precisa de uma integração mais profunda no domínio da defesa: precisamos de um mercado único da defesa, com regras mais simples para as nossas empresas e isto simplificará a produção, reforçará a interoperabilidade e colmatará lacunas críticas em termos de capacidades", concluiu.
Já quanto à Ucrânia, quando os Estados Unidos suspenderam temporariamente as verbas militares às forças ucranianas, Roberta Metsola avisou: "Se Kiev cair, a Europa e o mundo ficarão menos seguros, menos protegidos e menos prósperos".
As declarações surgem depois de, esta manhã, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter anunciado querer mobilizar 800 mil milhões de euros para investimento na defesa europeia.
Em causa está o plano "Rearmar a Europa", com o qual a líder do executivo comunitário quer mobilizar "800 mil milhões de euros em despesa de defesa para uma Europa segura e resiliente".
Este plano, cujos traços largos von der Leyen referiu, implica ainda a disponibilização de 150 mil milhões de euros de financiamento para os 27 Estados-membros da UE, que deverão ainda poder reafetar fundos, como os de Coesão, para investimento na defesa e rearmamento.
Salientando "a grave natureza das ameaças" que a UE enfrenta, Ursula von der Leyen acrescentou que "a Europa está preparada para agir com a decisão e a velocidade requerida", devendo responder a necessidades de curto e longo prazo.
Bruxelas propôs também uma flexibilização das regras orçamentais para incentivar o investimento na defesa sem desencadear um procedimento por défice excessivo.
"Se os Estados-membros aumentassem as suas despesas com a defesa em 1,5% do PIB, em média, isso poderia criar uma margem orçamental de cerca de 650 mil milhões de euros durante um período de quatro anos", precisou a responsável europeia.
"Esta medida permitirá que os Estados-Membros aumentem significativamente as suas despesas com a defesa sem desencadear o procedimento por défice excessivo", adiantou.
O plano -- que será ainda hoje enviado às 27 capitais da UE com vista a ser debatido no Conselho Europeu extraordinário de quinta-feira -- permitirá ainda enviar rapidamente ajuda militar à Ucrânia, após Washington ter decidido cancelar a enviada pelos Estados Unidos.
Essa cimeira europeia extraordinária, que terá lugar em Bruxelas, será dedicada ao apoio à Ucrânia e à defesa europeia, numa altura de ameaças norte-americanas de corte das ajudas aos ucranianos.
Metsola fala em "oportunidade de ouro" para UE alinhar orçamento com foco na defesa
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