NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Novidades com vantagens exclusivas: descontos e ofertas em produtos e serviços; divulgação de conteúdos exclusivos e comunicação de novas funcionalidades. (Enviada mensalmente)
Medida foi tomada "por precaução". Luaty está em greve de fome há 26 dias
Orapper e activista angolano Luaty Beirão, em greve de fome desde 21 de Setembro, foi transferido na quinta-feira de uma cadeia de Luanda para uma clínica privada, por "precaução", disse hoje à Lusa fonte dos serviços prisionais.
O jovem, de 33 anos, é um dos 15 activistas detidos desde 20 de Junho e acusados em Setembro, pelo Ministério Público, de actos preparatórios para uma rebelião e um atentado contra o Presidente angolano.
"Neste momento passa bem, preferiu-se mandá-lo para uma unidade mais diferenciada, por uma questão de precaução", disse hoje à Lusa Manuel Freire, chefe nacional do departamento de saúde dos Serviços Prisionais angolanos.
Sem adiantar mais pormenores, o responsável garantiu que Luaty Beirão "não está em risco de vida" e que o seu estado de saúde "continua estável", apesar de entrar hoje no 26.º dia de greve de fome.
Desde quinta-feira que o jovem activista, descendente de portugueses, está internado numa clínica privada de Luanda, transferido do hospital-prisão de São Paulo, também na capital, onde estava desde 9 de Outubro.
Antes, desde 20 de Junho, permanecia detido num dos estabelecimentos prisionais de Luanda, tal como os restantes 14 elementos visados na operação de Junho das autoridades angolanas.
"Agora são 26 dias de greve de fome e isto já implica outras coisas. Anteontem, o Luaty teve uma dormência no rosto e isso preocupou a equipa médica dos Serviços Prisionais", disse hoje à Lusa a esposa, Mónica Almeida, que o visitou na clínica privada na quinta-feira.
Confirmou que Luaty Beirão, que já não se movimenta pelos próprios meios, "ainda está lúcido" e que inclusive escreveu uma carta, à qual a Lusa teve acesso, com procedimentos à família no caso do agravamento do seu estado de saúde ou mesmo a morte.
"Ele é assim, uma pessoa muito convicta, muito vertical, no que toca à defesa dos seus direitos. Nada mais podemos fazer em relação a isso", acrescentou Mónica Almeida.
Em causa está a situação de um grupo de 17 jovens - duas em liberdade provisória - acusados formalmente, desde 16 de Setembro passado, de prepararem uma rebelião e um atentado contra o Presidente angolano, mas sem que haja uma decisão do tribunal de Luanda sobre a prorrogação da prisão preventiva em que se encontram.
Denunciando que está detido ilegalmente, por se ter esgotado o prazo máximo de 90 dias de prisão preventiva (20 de Junho a 20 de Setembro) sem nova decisão, Luaty Beirão, também engenheiro de formação, entrou em greve de fome.
A família de Luaty afirma que o activista - que assina com os heterónimos musicais "Brigadeiro Mata Frakuzx" ou, mais recentemente, "Ikonoklasta" - corre "risco de vida", face à sua frágil situação de saúde, sendo, por isso, o foco principal das vigílias que se realizaram na última semana em Luanda e que levaram à intervenção policial para a sua desmobilização.
Luaty Beirão é um dos rostos mais visíveis da contestação ao regime angolano e já chegou a ser preso pela polícia em manifestações de protesto.
É filho de João Beirão, já falecido, que foi fundador e primeiro presidente da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), entre outras funções públicas, sendo descrito por várias fontes como tendo sido sempre muito próximo do Presidente angolano.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"