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Futebol britânico lida com escândalo de pedofilia

Vários ex-jogadores de clubes britânicos revelaram terem sido vítimas de abuso sexual quando eram jovens jogadores

Tudo começou em meados de Novembro, quando Andy Woodward, de 43 anos, ex-jogador do clube Crewe Alexandra, relatou o seu calvário ao jornal The Guardian.

Desde então, mais de 20 jogadores, incluindo vários antigos internacionais, vieram a público dizer que também tinham sido alvo de abuso sexual por parte de um treinador ou observador.

A FA e os clubes ingleses foram acusados de terem encoberto durante décadas inúmeros actos de pedofilia envolvendo um número ainda não determinado de vítimas, mas que poderá ser superior a 350 de acordo com um relatório divulgado quinta-feira pela polícia.

Hoje, o antigo futebolista britânico Alan Hudson afirmou que as inclinações pedófilas de Eddie Heath, o já falecido elemento da equipa de observação do Chelsea, eram conhecidas.

"Era do conhecimento geral que o Sr. Heath era um perigo para nós, jovens, mas felizmente ele nunca chegou perto de mim, quase como se eu tivesse um sexto sentido", escreveu Alan Hudson na sua página do Facebook, citada hoje por alguns jornais ingleses.

O ex-futebolista, de 65 anos, acrescentou ainda que "era do conhecimento público que Eddie Heath era um 'nonce' [gíria inglesa para pedófilo]".

Esta declaração surge na sequência das revelações do ex-futebolista do Chelsea Gary Johnson, que afirmou ter recebido cerca de 59 mil euros do clube londrino em troca do seu silêncio sobre as agressões de cariz sexual.

Na sexta-feira, o clube de Londres divulgou que contratou uma firma de advogados para investigar o comportamento de Heath, acrescentando que "também contactou a FA (federação inglesa) para lhe garantir que vai prestar todo o apoio na sua investigação mais ampla".