O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.
Em declarações à agência Lusa, Luís Chindui, um dos coordenadores locais de projetos da Oikos em Moçambique, que está a coordenar a recolha de informação e toda a logística da operação na Beira, adiantou que a organização com a ajuda de missionários já identificou um centro de apoio e abrigo para armazenar os bens que serão em breve distribuídos às pessoas.
Luís Chindui contou que elementos da OIKOS - Cooperação e Desenvolvimento estão em Maputo a recolher e angariar alimentos e água potável que serão depois transportados para a região.
"No terreno contactámos com missionários e padres locais que nos arranjaram um espaço para armazenarmos os bens que virão de Maputo em breve", disse.
De acordo com Luís Chindui, a OIKOS vai, em concertação com o governo moçambicano e com parceiros internacionais, incluindo a cooperação portuguesa, fazer chegar ao centro de apoio kits de bens de primeira necessidade, materiais para a construção/reparação de abrigos, água e saneamento para as populações do distrito da Beira e do Dondo.
"Estamos a falar de materiais de purificação de água e garrafões/baldes, kits de higiene, distribuição de bens e utensílios alimentares, materiais para dormir e kits de abrigo. Vamos também sensibilizar a comunidade para os cuidados de higiene e saneamento", indicou.
Luís Chindui contou à Lusa que hoje de manhã a situação na Beira estava mais calma, não se registando chuvas fortes.
"Ainda chove aqui, mas não com a intensidade dos últimos quatro dias. Ainda há muitas zonas inundadas. A OIKOS está juntamente com os padres e missionários locais a tentar identificar as necessidades das famílias e aos poucos ajudá-las a ultrapassar este momento difícil", disse.
Apesar de a situação meteorológica ter melhorado, Luís Chindui destacou que a tragédia "é terrível" e que a situação das pessoas "é desesperada".
"É urgente fazer chegar às pessoas água potável e alimentação", disse.
A Oikos é uma das Organizações que está a trabalhar em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), com as Nações Unidas e com parceiros humanitários para responder às necessidades imediatas das populações em risco.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué provocou mais de 350 mortos, segundo balanços provisórios.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil "estão em situação de risco", tendo decretado o estado de emergência nacional.
O primeiro de dois aviões C-130 da Força Aérea Portuguesa, com uma Força de Reação Imediata constituída por 25 fuzileiros, 10 elementos do Exército, três da Força Aérea e dois da GNR (equipa cinotécnica), é esperado hoje na Beira, para apoiar as operações de busca e salvamento.
O Governo português anunciou que 30 cidadãos nacionais residentes na Beira estavam por localizar na quarta-feira.
A Cruz Vermelha Internacional indicou que pelo menos 400.000 pessoas estão desalojadas na Beira, considerando que se trata da "pior crise" do género em Moçambique.
No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 100 mortos e centenas de desaparecidos, enquanto no Maláui as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.
Os donativos internacionais para ajuda de emergência atribuídos desde segunda-feira aos três países afetados pelo ciclone Idai ascendem já a pelo menos 52,5 milhões de euros.
Fundada em 23 de fevereiro de 1988, em Portugal, a Oikos é uma associação sem fins lucrativos, reconhecida internacionalmente como Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD/INGO).
O IBAN da Ookos para poder contribuir para a ajuda a Moçambique é o PT50 0036 0265 9910 0013 2252 9
Ciclone Idai: OIKOS vai distribuir bens alimentares e água potável à população em breve
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"