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Abdleslam não gosta de ser vigiado 24 horas por dia

Único sobrevivente dos comandos terroristas suicidas que mataram 130 pessoas em Paris em Novembro passado ficou em silêncio no primeiro interrogatório perante as autoridades francesas. O advogado diz que Abdeslam não está confortável na prisão

A audição do suspeito de terrorismo Salah Abdeslam terminou e "ele não quis se pronunciar" esta sexta-feira, pois irá fazê-lo "mais tarde", declarou à agência de notícias francesa AFP um dos advogados do extremista islâmico, Frank Berton. "Ele [Salah Abdeslam] quis exercer o seu direito ao silêncio, devemos dar-lhe tempo", referiu Frank Berton.

 

O membro ainda vivo do comando radical muçulmano que atacou Paris a 13 de Novembro deslocou-se ao Palácio da justiça de Paris para ser ouvido pelos juízes de instrução, um primeiro interrogatório na sequência das investigações dos ataques que mataram 130 pessoas.

 

"Salah Abdeslam usou o seu direito ao silêncio, recusando-se a responder às perguntas do juiz", disse o procurador de Paris. E acrescentou: "Também se recusou a especificar as razões que o levaram a fazer o uso do seu direito ao silêncio. Recusou-se a confirmar, do mesmo modo, as declarações que havia feito anteriormente à polícia e ao juiz de instrução belga."

 

O advogado do acusado lamentou que o seu cliente esteja numa cela da prisão de Fleury-Merogis, em Paris, sob vídeo-vigilância permanente. "Sente-se vigiado 24 horas do dia, isso não está a deixá-lo em boas condições", disse Berton à imprensa.

 

O advogado disse que pretende falar com o ministro da Justiça francês sobre essa situação.