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Três pessoas "punidas" por espalhar rumores na China

28 de julho de 2016 às 09:16

Foram todas detidas em Xingtai, devastada na semana passada por uma enchente. Admitem ter espalhado informações falsas

Três pessoas em Xingtai, na província chinesa de Hebei, foram punidas por "espalhar rumores", sobre a enchente que na semana passada devastou aquela cidade, revelou hoje a imprensa estatal.

Segundo um comunicado emitido pelas autoridades locais, um homem, identificado como Hou, esteve detido cinco dias por ter comentado num fórum online que as inundações foram causadas pela descarga intencional de água de vários reservatórios.

A mesma nota acrescenta que uma mulher de 30 anos, com o apelido Shan, vai sofrer um "castigo administrativo", por ter afirmado no Wechat (o Whatsapp chinês), que mais de 700 pessoas morreram.

Uma outra mulher, de 27 anos, foi condenada a "formação jurídica" também por "exagerar" o número de mortos.

Todos admitiram ter deliberadamente espalhado informações falsas, "que dificultaram os esforços das autoridades no combate às inundações e ameaçaram a estabilidade social", lê-se no comunicado.

As enchentes que devastaram Xingtai foram consideradas as piores das últimas duas décadas, tendo afectado 20 milhões de pessoas e causado grandes prejuízos.

Cem pessoas continuam desaparecidas.

O governo local afirmou, no domingo passado, que o desastre se deveu às chuvas intensas e não a uma descarga intencional de água de um reservatório, como foi anteriormente noticiado.

Os rumores levaram a fortes reacções entre os internautas chineses.

"Foi descarga; eu sou local e vi com os meus olhos. Não ouçam sempre o que o Governo diz", lê-se num dos comentários difundidos no Weibo, o Twitter chinês, enquanto outros afirmam tratar-se apenas de um rumor.

Cinco funcionários foram suspensos por não cumprirem com o seu dever durante a enchente.

No conjunto, as chuvas torrenciais que atingiram a China, na semana passada, provocaram quase 300 mortos.

Fonte do Ministério dos Assuntos Civis da China admitiu aos jornalistas que as inundações expuseram falhas nos mecanismos de resposta das cidades e várias deficiências e lacunas na planificação urbanística, sistemas de drenagem e gestão pública.

O alto número de mortos terá ainda ficado a dever-se à negligência de alguns funcionários, construções ilegais em canais secos e um sistema de alerta ineficaz, apontou.

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