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Presidente da CIP teme "instabilidade depois das férias"

26 de julho de 2016 às 19:52

António Saraiva transmitiu a Marcelo Rebelo de Sousa a preocupação da CIP face ao actual quadro político e defendeu a necessidade de mecanismos que promovam a capitalização das empresas

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu esta terça-feira os parceiros sociais para uma análise da situação política, depois de na segunda-feira ter recebido os partidos com assento parlamentar sobre a matéria. Os patrões manifestaram a sua preocupação face à situação política actual e demonstraram o desejo que o Orçamento do Estado para 2017 inclua medidas que promovam o investimento e o crescimento económico.

 

"O País carece de promover investimento e os empresários necessitam de um clima de confiança para que o investimento possa ocorrer, porque sem isso o crescimento não ocorre", afirmou o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, que está convencido que o crescimento não será de 1,8%. O líder dos patrões, citado pela TSF, disse ainda temer que "após as férias o País possa entrar num clima de alguma instabilidade".

António Saraiva, que falava aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, em Belém, transmitiu a Marcelo Rebelo de Sousa a preocupação da CIP face ao actual quadro político e defendeu a necessidade de mecanismos que promovam a capitalização das empresas, bem como de um veículo que alivie as empresas do "estrangulamento" do crédito mal parado.

 

António Saraiva lançou ainda um aviso aos partidos que apoiam o Governo, nomeadamente ao Bloco de Esquerda (BE), e frisou que a CIP não está disponível para discutir medidas que revertam o que está em vigor, nomeadamente, no quadro laboral. "Não permitiremos qualquer reversibilidade [em sede de concertação social] nem o ataque que sentimos que está permanentemente a ser feito por alguns partidos à esquerda do PS, nomeadamente do BE, que tem sobre a iniciativa privada e os empresários uma leitura de diabolização como se o país vivesse sem empresas e sem aqueles que criam riqueza e emprego", avisou o presidente da CIP.

 

Defendeu a necessidade de um quadro de "estabilidade legislativa, fiscal e laboral" e manifestou receio quanto à estabilidade política aquando da discussão do próximo orçamento.

 

Também o vice-presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Vasco de Mello, disse estar preocupado "relativamente ao estado político e económico do país" e "bastante preocupado com o crescimento que o país está a ter", aquém do previsto no Orçamento do Estado para este ano.

 

"Achamos que o crescimento que vamos ter em 2016 não será o necessário e desejável para o país fazer face aos diversos compromisso que o Estado Português tem, também nos preocupa a eventualidade de sanções", disse o responsável, no final de uma audiência com o Chefe do Estado.

 

Vasco de Mello referiu ainda que a CCP está "expectante com aquilo que vai ser o próximo Orçamento, nomeadamente se a carga fiscal vai aumentar, se o investimento diminuir, e onde é que o Governo vai cortar nesta manta de retalhos".

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