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Peste negra já provocou 124 mortes em Madagáscar

24 de outubro de 2017 às 21:25

Um novo balanço publicado pelo Ministério da Saúde informa que a doença já infectou 1.133 pessoas. Destas, 780 ficaram curadas e 219 prosseguem os tratamentos.

O balanço da epidemia de peste em Madagáscar subiu para 124 mortos e o Governo do país assinala timidamente, pela primeira vez, a desaceleração das contaminações no país.

De acordo com o novo balanço publicado pelo Ministério da Saúde, a doença já infectou 1.133 pessoas. Destas, 780 ficaram curadas e 219 prosseguiam os tratamentos.

Entre os mortos, um total de 63 morreram nos hospitais e outros 61 nas suas comunidades, acrescentou o Ministério.

Entre essas vítimas está um francês, que morreu na semana passada em Toamasina (leste), confirmou à agência de notícias francesa AFP o médico Andriamihaja Rabezanahary, que trabalha num hospital local.

Apesar do aumento do número de mortes, o Ministério da Saúde reportou uma "melhoria" na situação geral.

"Há uma diminuição no número de pessoas internadas nos hospitais e um aumento dos pacientes curados que saem dos centros hospitalares", declarou à rádio nacional Manitra Rakotoarivony, um funcionário do Ministério da Saúde.

"Uma dúzia de distritos (dos trinta oficialmente afectados pela doença) em Madagáscar declararam o fim da epidemia, ou seja, não registaram casos novos da doença há quinze dias", acrescentou Rakotoarivony.

A peste reaparece quase todos os anos em Madagáscar, geralmente entre Setembro e Abril.

Este ano a epidemia começou em Agosto e espalhou-se por "grandes áreas urbanas, ao contrário das epidemias anteriores", de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na tentativa de detê-la, o Governo proibiu as reuniões públicas na capital, Antananarivo, e ordenou o encerramento de muitas escolas.

A bactéria da peste desenvolve-se em ratos e é transmitida por pulgas.

Nos seres humanos, a bactéria pode provocar a forma bubónica da doença, afectando o sistema linfático.

Em alguns casos, do sistema linfático a bactéria passa ao pulmonar, permitindo a transmissão entre humanos -- algo que não ocorre na bubónica -, através da tosse ou saliva.

A versão pulmonar, provocada pela bactéria 'Yersinia pestis', é mais perigosa e mais difícil de tratar do que a linfática e pode ser mortal em 24 horas se não for tratada a tempo com antibióticos.

Cerca de 70% dos casos registados no actual surto em Madagáscar são da forma pneumónica.

A Direcção-Geral da Saúde de Portugal aconselhou na semana passada quem pretende viajar para Madagáscar a marcar antes uma consulta de medicina do viajante, usar sempre repelente quando chegar ao destino e evitar contacto com animais por causa da peste.

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