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Parlamento saúda estudantes em protesto e louva greve climática

29 de novembro de 2019 às 15:41

O texto do PS só teve o voto contra do deputado do Chega e a abstenção do CDS, enquanto o documento do PAN contou com a oposição de CDS e Chega e a abstenção da IL.

O parlamento aprovou hoje um voto de louvor à greve climática, apresentado pelo PS, e um voto de saudação, apresentado pelo PAN, aos alunos que participaram no protesto em Lisboa e noutras cidades portugueses e do mundo.

O texto do PS só teve o voto contra do deputado único do Chega e a abstenção do CDS-PP, enquanto o documento do PAN contou com a oposição de CDS-PP e Chega e a abstenção da Iniciativa Liberal.

"O PAN deu hoje entrada no parlamento de um projeto de lei que visa a criação da Lei de Bases do Clima, uma lei com valor reforçado, que responde com eficácia à emergência climática, um mecanismo jurídico que garante o cumprimento das metas de descarbonização", anunciou o deputado do PAN André Silva, no breve espaço de debate já na fase de votações regimentais da sessão plenária.

O socialista Miguel Costa Matos recordou que "Portugal foi mesmo o primeiro país do mundo a comprometer-se com ser neutro em carbono até 2050", mas reconheceu que "é preciso fazer ainda mais e melhor".

"A emergência climática é para nós uma evidência e não só de alguns. É um problema de todas as pessoas, de todos os partidos, que não conhece fronteiras e é, portanto, de todos os países", afirmou o social-democrata Hugo Carvalho.

O bloquista Nelson Peralta declarou que "não há tempo para esperar e a ação climática é urgente", sublinhando que a resposta tem de ser de "justiça na economia e de políticas de igualdade".

"Esta é mais uma etapa importante que nesta casa se iniciou com uma proposta de ?Os Verdes': para que Portugal tomasse medidas para cumprir o protocolo de Quioto. 20 anos depois, ?Os Verdes' dizem bem-vindos a esta batalha que é de todos", disse a ecologista Mariana Silva.

A comunista Alma Rivera também saudou os estudantes em protesto e frisou que "o capitalismo não é verde", sendo necessárias medidas concretas, como a redução dos custos dos transportes públicos para promover a sua utilização em vez dos transportes individuais, entre outras iniciativas.

"Que fique claro uma coisa: achamos bem a participação cívica. Agora, não acompanhamos visões mais radicais, fundamentalistas e extremistas, não acompanhamos que o parlamento deve apelar aos jovens para que não vão às aulas e não acompanhamos, sobretudo, o vergonhoso aproveitamento político que alguns partidos estão a fazer nesta matéria", criticou o democrata-cristão Telmo Correia.

Milhares de ativistas, na maioria jovens, estiveram hoje nas ruas de Lisboa a exigir medidas do Governo que protejam o planeta, sublinhando que já se sabe quais são "as soluções, mas faltam as ações". Os manifestantes estavam associados à 4.ª greve climática global, que se está a realizar em cidades de todo o mundo, e deslocaram-se da praça Luís de Camões, Chiado, até à porta principal da Assembleia da República.

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