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O discurso de Vladimir Putin no Dia da Vitória: "A Rússia teve que se defender"

09 de maio de 2022 às 08:46

Presidente da Rússia fala numa "geração de vencedores" e na importância da união dos povos soviéticos. Sobre a guerra na Ucrânia - sem nunca falar em guerra - diz que "o perigo estava a aumentar todos os dias" e que o país "teve que se defender".

Vladimir Putin chegou à Praça Vermelha, em Moscovo, preparado para fazer o discurso mais esperado do Dia da Vitória. Falou na importância da união do povo soviético, do perigo dos inimigos que tentam criar guerras dentro do país - "mas que nunca conseguiram" - e do orgulho que tem numa "geração de vencedores". Contra as expectativas dos analistas, não declarou uma mobilização geral das tropas, falou pela primeira vez sobre baixas militares e reconheceu a morte de soldados na Ucrânia.

"Este é um dia importante para cada um de nós. Na Rússia não há uma única família que não tenha sido tocada pela guerra" afirmou o presidente, ressalvando as centenas de pessoas que se encontravam na Praça Vermelha, e em outras regiões da Rússia, levaram fotografias de familiares - ou "heróis", como os chama - que morreram na Segunda Guerra Mundial.

Não esqueceu o "orgulho dos soldados que ajudaram a combater o nazismo", nem os soldados de Donbass estão a combater naquela que Putin considera ser "a sua terra".

"Eu falo pelas tropas que estão em Donbass. Vocês estão a combater pela vossa pátria, pelo vosso futuro, para que o nazismo não volte. A combater pelas vossas mães e pais, avós, filhos, amigos... Em memória de todos os idosos, mulheres, crianças que morreram na era do nazismo. Hoje homenageamos todos os heróis russos que sacrificaram as suas vidas. O nosso dever é preservar a memória"

Referiu que, neste momento, o mais importante é garantir a segurança da "pátria" e justifica as ações na Ucrânia dizendo que a Rússia vinha há algum tempo a ser ameada internacionalmente.

"A NATO não quis ouvir a Rússia, tinham outros planos. Estava a ser operada uma operação em Donbass, contra o povo de Donbass. As nossas fronteiras estavam a ser exploradas criando uma real ameaça para o país. Nós vimos o que as infraestruturas militares estavam a fazer. O perigo estava a aumentar todos os dias. A Rússia teve que se defender. A decisão que tomado foi a correta, a de um país unido"


O discurso terminou recordando os entes passados - avós, pais, filhos, amigos - sem esquecer a União Soviética e apelando sempre à importância da segurança da Rússia.

"Para os nossos pais e avós a segurança da nossa pátria sempre foi da maior importância. A independência da Rússia é o maior valor que o nosso país tem. Os veteranos que lutaram contra o nazismo são os nossos heróis e mostraram a maior das coragens. Pela vitória, pela Rússia!"

Às palavras do presidente Vladimir Putin, a multidão na Praça Vermelha gritou de forma sonante "urra" e os canhões dispararam. Como previsto, o desfile das tropas vai envolver cerca de 11 mil soldados, homens, mulheres e cadetes, de diferentes formações mas, de acordo com Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin citado por orgãos de informação russos, não vai haver "componente aerea". Estava planeado a participação de dezenas de aeronaves militares que foram suspensas por questões metereológicas.

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