Felipe VI defende "medidas de segurança não tradicionais"
É assim que o rei de Espanha, Felipe VI, considera que o combate ao fenómeno deve ser encarado, juntamente com "acções concertadas de política externa"
O rei de Espanha, Felipe VI, considerou hoje em Madrid, numa conferência internacional sobre o extremismo violento, que o combate ao fenómeno deve assentar "em medidas de segurança não tradicionais", bem como "acções concertadas de política externa".
Felipe VI falava na abertura do "Diálogo político Madrid+10 sobre Prevenção e Luta contra o Extremismo Violento" – que decorre hoje e quarta-feira na capital espanhola com a presença de 200 especialistas de todo o mundo, o primeiro-ministro tunisino, Habib Essed, bem como 40 ex-chefes de Governo e ex-Presidentes.
O chefe de Estado espanhol recordou que o fenómeno da radicalização violenta não está contido às fronteiras nacionais, pelo que implica "novas respostas" e um "amplo consenso global", mas sempre respeitando os valores democráticos.
Nesse sentido, recordou as conclusões da "Agenda de Madrid" – que nasceu na conferência anti-terrorismo realizada na capital espanhola em 2005 – nomeadamente quando indicava que a acção policial e militar não é suficiente para prevenir os conflitos que fomentam o terrorismo.
Assim, propôs a adopção de uma estratégia com "medidas de segurança não tradicionais, acções concertadas de política externa e a incorporação de actores fundamentais na prevenção do extremismo violento", ou seja: os jovens, as mulheres, as famílias e as comunidades locais.
Ainda assim, sublinhou que é imperativo "enfrentar a radicalização e o extremismo violento no quadro do respeito pelos valores democráticos e o Estado de Direito", e com uma visão "que inclua os princípios sobre os quais possam assentar sociedades mais pacíficas e inclusivas".
Felipe VI também alertou quanto à forma como algumas sociedades se habituaram a encarar estes fenómenos como riscos longínquos.
"Hoje, novas formas de radicalização e extremismo ultrapassam as fronteiras nacionais, adquirem por vezes base territorial própria e ameaçam as nossas sociedades, minando os direitos humanos", disse o rei espanhol, sublinhando que "não existe apenas um risco externo ou longínquo, mas sim um risco sério no seio das sociedades" ocidentais.
Assim, deixou um apelo aos participantes do fórum – que na quarta-feira recebe o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon – para que redobrem o trabalho no sentido de "conseguir um novo consenso com vista a combater, com a maior eficácia possível o extremismo, a radicalização e a violência", fenómenos que "lastram o futuro de uma humanidade que procura a concórdia e a paz".
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