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Kiev acusa Rússia de roubar 500 mil toneladas de cereais no valor de €95 milhões

12 de maio de 2022 às 07:29

Kiev alertou os países que compram cereais russos que algumas das suas remessas podem contar grãos roubados à Ucrânia, o que torna os compradores possíveis cúmplices.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia acusou esta quarta-feira a Rússia de roubar cereais ucranianos e de vendê-los nos mercados globais, estimando a usurpação de quase 500.000 toneladas no valor de 95 milhões de euros.

No comunicado divulgado na quarta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros revelou, segundo estimativas oficiais, que a Rússia já terá roubado entre 400.000 a 500.000 toneladas de grãos, num valor superior a 100 milhões de dólares (cerca de 95 milhões de euros).

Kiev alertou os países que compram cereais russos que algumas das suas remessas podem contar grãos roubados à Ucrânia, o que torna os compradores possíveis cúmplices.

"Praticamente todos os navios que saem de Sebastopol [na Crimeia] com uma carga de cereais estão a transportar grãos roubados da Ucrânia", acusou ainda Kiev.

O governo da Ucrânia instou novamente a comunidade global a endurecer as sanções contra a Rússia.

A comissária europeia para os Serviços Financeiros, Mairead McGuinness, pediu aos parceiros internacionais que "libertem" os grãos de trigo que estão atualmente armazenados na Ucrânia, para garantir o fluxo de cereais e prevenir eventuais crises de fome.

Durante um colóquio organizado esta quarta-feira pelo Instituto de Finanças Internacionais, a líder comunitária culpou o Exército russo pela alegada destruição de celeiros e armazéns de alimentos, durante invasão militar da Ucrânia.

Com esta proposta, que será apresentada na quinta-feira, Bruxelas pretende ajudar Kiev a evitar o bloqueio da Rússia aos principais portos comerciais do mar Negro, e promover o transporte rodoviário e ferroviário de produtos da Ucrânia, através dos Estados-membros da União Europeia (UE).

A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 5,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou hoje que 3.496 civis morreram e 3.760 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

 

DMC (JML) //RBF

Lusa/Fim

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