Joseph Blatter diz que esteve "muito perto" de morrer
Presidente demissionário e suspenso da Federação Internacional de Futebol fez confissões a um canal de televisão suíço
O presidente demissionário e suspenso da Federação Internacional de Futebol (FIFA), Joseph Blatter, admitiu hoje que esteve "muito perto" de morrer, quando esteve hospitalizado, no início de Novembro, devido a uma depressão.
"Estive muito perto [de morrer]. Estive entre anjos, que cantavam, e o diabo, com o fogo. Mas foram os anjos que cantaram mais", disse Blatter, em entrevista ao canal televisivo suíço RTS, que será emitida na quarta-feira, mas da qual o diárioThe Guardianpublicou hoje extractos.
O dirigente suíço, de 79 anos, que esteve internado num hospital de Zurique entre 6 e 12 de Novembro, considerou que a "enorme pressão" a que tem estado sujeito nos últimos meses foi responsável pelo quadro clínico, pois "em algum momento o corpo dirá não".
Além de Blatter, também o secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, e o presidente da UEFA, o também francês Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, a 8 de Outubro, por implicação no escândalo de corrupção que atingiu a instituição.
Na base das suspensões estão os inquéritos que decorrem no próprio órgão da FIFA, ainda que vários outros responsáveis do organismo mundial estejam também a ser investigados pelas autoridades suíças e norte-americanas.
A 25 de Setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal a Blatter, que foi interrogado na qualidade de arguido, por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança.
Platini foi ouvido na qualidade de testemunha e acabou por ser implicado no processo, por ter recebido de Blatter um pagamento ilegal, feito "em prejuízo da FIFA", no valor de dois milhões de francos suíços (perto de €1,8 milhões).
A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em Maio, a dois dias da reeleição de Blatter, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.
No início de Junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, que foram marcadas para 26 de Fevereiro de 2016.
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