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Grupo siderúrgico russo anuncia suspensão de entregas à Europa após sanções

02 de março de 2022 às 09:48

"Suspendemos as entregas na UE no quadro das sanções impostas a um acionista [da companhia]. Estamos a direcionar os fluxos de matérias-primas para mercados globais alternativos", afirmou a Severstal num comunicado citado pelas agências de notícias russas.

O grupo siderúrgico russo Severstal anunciou esta quarta-feira a suspensão das entregas na Europa após as sanções impostas pela União Europeia (UE) contra o seu principal acionista russo Alexei Mordashov, em retaliação à invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Suspendemos as entregas na UE no quadro das sanções impostas a um acionista [da companhia]. Estamos a direcionar os fluxos de matérias-primas para mercados globais alternativos", afirmou a Severstal num comunicado citado pelas agências de notícias russas.

Segundo o Grupo, as entregas para a Europa são de cerca de 2,5 milhões de toneladas de aço por ano e representam cerca de um terço do faturamento total da empresa.

A União Europeia colocou na segunda-feira Alexei Mordashov, principal acionista do grupo russo, numa lista de personalidades consideradas próximas ao Presidente russo, Vladimir Putin.

Essas personalidades foram sancionadas com o congelamento dos seus bens e a proibição de permanecer na UE devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Num comunicado divulgado na noite de segunda-feira, Mordashov distanciou-se das autoridades russas.

"Não tenho absolutamente nada a ver com as atuais tensões geopolíticas e não entendo por que a UE impôs sanções a mim", disse o empresário.

"É terrível que ucranianos e russos estejam a morrer, que as pessoas estejam a sofrer privações e que a economia esteja a entrar em colapso", acrescentou Mordashov, sublinhando que espera que "um caminho possa ser encontrado no futuro para resolver este conflito e acabar com a crise e o derramamento de sangue".

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

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