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EUA pressionam países a pagar mais pela presença das suas bases militares

08 de março de 2019 às 15:34

A Coreia do Sul e os EUA assinaram esta sexta-feira um acordo que determina um aumento do preço que os coreanos pagam pela presença dos 28.500 soldados norte-americanos no país.

Os EUA estão a pressionar os aliados a pagar mais pela presença de tropas norte-americanas nos seus territórios e iniciaram esta sexta-feira o plano de reforço financeiro, num acordo com Seul, noticiam as agências internacionais.

A Coreia do Sul e os EUA assinaram hoje um acordo que determina um aumento do preço que os coreanos pagam pela presença dos 28.500 soldados norte-americanos no país, ao mesmo tempo que refaz os planos de cooperação militar.

O acordo entre os dois países apenas foi conseguido após duras negociações e insere-se na estratégia "Cost Plus 50", que os EUA começaram a colocar em prática e que pressupõe que os aliados que quiserem manter a presença militar norte-americana nos seus países terão de pagar pelo menos mais 50% do que pagam agora, e, em alguns casos, até cinco a seis vezes mais do que o valor atual.

No final das negociações com os sul-coreanos, os norte-americanos avisaram que o acordo hoje assinado (cujos valores ainda não foram revelados) tem a duração de um ano e que em 2020 a contribuição pela presença das tropas dos EUA pode voltar a aumentar.

A crítica do Presidente norte-americano, Donald Trump, de que os aliados não fazem suficiente esforço financeiro perante os compromissos de defesa internacional não é nova e começou durante a campanha presidencial de 2016.

Nessa altura, Trump prometeu que iria ser duro com os aliados, e, pouco tempo depois de ter tomado posse como Presidente, avisou que aumentaria a fatura dos países que acolhem soldados norte-americanos.

As exigências do Presidente norte americano estendem-se também ao esforço financeiro dos países aliados nas organizações internacionais.

Em julho de 2018, durante uma cimeira da Nato em Bruxelas, Trump disse aos aliados que deveriam aumentar o gasto em defesa até atingir os 2% do PIB, como inscrito no regulamento da organização.

Em janeiro deste ano, na sua conta de Twitter, Trump dizia que Jens Stoltenberg, secretário-geral da Nato, o tinha informado de que a organização tinha recolhido mais fundos do que alguma vez conseguira, devido à pressão norte-americana.

Nas últimas semanas, o Governo dos EUA começou a negociar com os aliados o valor a pagar, sempre que acolhem bases de mísseis ou postos com soldados norte-americanos, visando países como a Coreia do Sul, a Alemanha ou o Japão.

A primeira etapa deste plano foi hoje concretizada no convénio sobre presença de tropas norte-americanas na Coreia do Sul, depois de os EUA terem falhado um acordo de desnuclearização da península coreana, numa recente cimeira com a Coreia do Norte, no Vietname.

"Foi o resultado de um trabalho árduo e, por vezes, de entendimento difícil", afirmou hoje Kang Kyung-wha, ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, no final da assinatura do acordo de cooperação militar com os EUA.

Fontes do Governo norte-americano dizem que uma das próximas renegociações de contratos de acordo militar deverá ser com a Alemanha, cujo governo paga atualmente 28% dos custos pela presença de bases norte-americanas no seu território.

Os cerca de mil milhões de euros anuais do governo alemão poderão ser inflacionados quando e se os EUA decidirem aplicar o plano "Cost Plus 50" que desenharam para reforçar a comparticipação dos aliados no esforço financeiro de defesa mundial.

As autoridades alemãs ainda não comentaram o assunto e o Pentágono limita-se a dizer que o plano ainda está a ser analisado internamente, antes de ser apresentado aos vários países aliados onde os norte-americanos têm presença militar.

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