"Em nenhuma circunstância se deve demitir o CEME"
Azeredo Lopes esteve perante a comissão parlamentar de Defesa Nacional, onde defendeu a actuação de Rovisco Duarte
O ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, esteve hoje presente na comissão de Defesa Nacional, onde foi ouvido sobre o furto de material de guerra na base-militar de Tancos. O ministro reforçou a sua confiança na instituição militar e no chefe do Estado-Maior do Exército, afirmando ainda que Rovisco Duarte não deve ser demitido.
Questionado pelo deputado do CDS-PP João Rebelo, o ministro da Defesa defendeu que o general Rovisco Duarte, chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), "actuou como devia actuar", afirmando que em nenhuma circunstância deve ser demitido, exortando os deputados a ficarem "contentes" com a actual chefia do exército.
"Não deve em nenhuma circunstância ser demitido o CEME [Chefe do Estado-Maior do Exército]. Alguém com esta capacidade, pelo contrário, deviam estar muito contentes com esta chefia, com a forma como está a enfrentar os problemas e como desta forma está a ajudar Portugal", disse o ministro.
Sobre o CEME, Azeredo Lopes elogiou as suas capacidades de adaptação e acção: "Entra em funções em Abril (de 2016) e detecta um problema que resulta da anterior actividade inspectiva, define qual é o grau de urgência e qual é o problema que estamos a enfrentar e em Setembro de 2016 define um plano que considera razoável, suponho à luz das deficiências definidas e dos meios".
Azeredo Lopes sublinhou também a ocorrência de "quatro equívocos principais" que contaminaram o debate sobre o furto de Tancos. O ministro lembrou que a segurança dos paióis é uma questão de gestão operacional; que não tinha sido recebido qualquer pedido, chamada de atenção ou relatório que "identificasse uma situação grave de insegurança"; a acusação que lhe foi feita por ter desvalorizado o caso - "Mesmo quando invoquei outros casos, deixei claro que não visava por qualquer forma diminuir a gravidade deste triste evento de 28 de Junho", afirmou Azeredo Lopes -; e ainda a empolação dos factos a nível internacional. O ministro da Defesa diz que falou com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que alegadamente "nunca sobrevalorizou os factos de Tancos e insistiu no crédito e na fiabilidade de Portugal como membro da NATO e velho aliado".
Posteriormente, o ministro afirmou que foram adoptadas as "medidas necessárias" para apoiar o cabal esclarecimento dos factos, informa a Lusa.
O ministro disse que se afastou "dos holofotes e discursos inflamados onde se procurou criar uma agitação artificial nas Forças Armadas" e que rejeita "alinhar na criação de um ambiente de desassossego, numa tentativa de aproveitamento, politização ou instrumentalização da instituição militar"
Sobre o futuro da instituição, Azeredo Lopes reforçou a confiança na mesma: "Tenho confiança na instituição militar para corrigir as deficiências que se verificaram neste caso em Tancos", disse durante a reunião da comissão.
O ministro referiu a existência de uma auditoria da Inspecção-Geral do Exército, de 2015, na qual "não há directa ou indirectamente qualquer informação" que permitisse prever uma ocorrência de falha na segurança.
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