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Deputado venezuelano refugia-se na residência do embaixador italiano em Caracas

10 de maio de 2019 às 16:39

Américo De Grazia, um venezuelano de origem italiana, membro da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela controlada pela oposição do país, refugiou-se na residência do embaixador italiano.

A Itália confirmou esta sexta-feira que um venezuelano de origem italiana, membro da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela controlada pela oposição do país, se refugiou na residência do embaixador italiano em Caracas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros disse hoje que Américo De Grazia foi legitimamente eleito para a AN e, apesar de gozar de imunidade parlamentar, foi objeto de um processo judicial que resultou num pedido para a sua prisão.

O Governo italiano disse que, ao receber De Grazia em sua residência (na quinta-feira) em Caracas, a Itália estava a agir "em total conformidade com as convenções diplomáticas".

De Grazia é um dos vários membros da oposição que se refugiaram em missões diplomáticas perante uma repressão contra os líderes oposicionista, que estão em campanha para derrubar o Presidente no poder, Nicolas Maduro.

O Governo de coligação de direita de Itália declarou-se neutro em relação à crise venezuelana.

Na quarta-feira, o vice-presidente da AN, Edgar Zambrano, foi detido por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, serviços secretos) quando se encontrava dentro do seu carro, à porta da sede do partido Ação Democrática, em Caracas.

Na quinta-feira, os deputados opositores venezuelanos Mariela Magallanes e Richard Blanco, acusados de rebelião, informaram que se refugiaram nas embaixadas da Itália e da Argentina, respetivamente, na sequência do levantamento da sua imunidade parlamentar.

Na sexta-feira passada, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) venezuelano acusou o vice-presidente da AN dos crimes de traição à pátria e conspiração, por ter apoiado uma tentativa de golpe de Estado contra o Presidente do país, Nicolás Maduro.

O STJ acusou quarta-feira três deputados opositores de "traição à pátria e conspiração", elevando para 10 o número de parlamentares acusados por estes mesmos delitos.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da AN, Juan Guaidó, autoproclamou-se Presidente interino e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.

Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio de mais de 50 países, incluindo os EUA e a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, que reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

Na madrugada de 30 de abril, um grupo de militares manifestou apoio Juan Guaidó, que pediu à população para sair à rua e exigir uma mudança de regime.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

À crise política na Venezuela soma-se uma grave crise económica e social, que já levou mais de 2,3 milhões

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