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Covid-19: PSD acusa Governo de falta de planeamento e defende revisão das normas da DGS

29 de dezembro de 2021 às 12:36

Para o PSD, "falta rever as normas de orientação da DGS face ao grau de infecciosidade desta variante e à falta de gravidade, na maior parte dos casos, que a infeção por esta variante condiciona".

O PSD acusou esta quarta-feira o Governo de "falta de planeameno e de gestão" da pandemia e defendeu a revisão das normas da Direção Geral de Saúde face ao grau de infecciosidade e da menor gravidade da variante Ómicron.

Em conferência de imprensa, no Porto, o coordenador nacional do Conselho Estratégico Nacional para a Saúde do PSD, António Araújo, disse ter "consciência de que, face ao elevado grau de infecciosidade da variante Ómicron e ao elevado número de testes que se tem realizado, é natural que haja um aumento de casos" de covid-19, e afirmou-se "extremamente preocupado" com a "falta de planeamento e de gestão desta crise".

Reflexos disso são, apontou, "a falta de resposta de linha SNS 24", mas também as "normas de orientação que a linha tem dado aos cidadãos que a ela recorrem, endereçando muitos deles com sintomas muito ligeiros ou assintomáticos para os serviços de urgência, aumentando o número de falsas urgências e aumentando também a pressão nos serviços de urgência".

Para o PSD, "falta rever as normas de orientação da DGS face ao grau de infecciosidade desta variante e à falta de gravidade, na maior parte dos casos, que a infeção por esta variante condiciona".

António Araújo defendeu ainda a "capacitação em recursos humanos da linha SNS242", um processo que "tem de ser ágil".

O médico considerou que "a comunicação tem sido extremamente desleixada, levando a criar um pânico generalizado".

Nesse campo, disse acreditar que, "mais importante do que o número total de pessoas infetadas", é "saber o número de casos entre os não vacinados, para além do número de internamentos, internamentos nos cuidados intensivos e o número de mortos".

Na ótica do PSD, "o fulcro de combate a esta pandemia" é vacinar, e é preciso "testar e cumprir as normas de higiene".

"Esta mensagem não foi passada pelo Governo, o Governo tem passado mensagem de muito alarmismo, muito medo. Isso faz com que muita gente recorra às urgências", criticou.

António Araújo alertou também para um "impacto muito grande, e que não foi previsto pela tutela, a nível dos cuidados de saúde primários", que "continuam a divergir do seu cerne de atividade, que é a assistência aos cidadãos".

O Diretor do Serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar Universitário do Porto mencionou que os "rastreios oncológicos não são realizados" e que, "tal como aconteceu no ano passado, continuamos a perder doentes 'não-covid' por falta de assistência médica".

Por isso, reiterou, os social-democratas estão "preocupados por o Governo não ter plano de contingência para esta situação".

As falhas do executivo estão à vista no processo de vacinação, em que "não esteve concluída, até novembro, a dose de reforço a cidadãos com mais de 60 anos e com patologia importante" e "não está em andamento acelerado a vacinação a crianças", acrescentando que a "informação passada aos pais foi muito mal gerida", considera.

Há também "uma falta de organização e de locais para testagem" e a "dificuldade em marcar testes leva muitas vezes a recorrer aos serviços de urgência também", considerou.

A covid-19 provocou mais de 5,40 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.909 pessoas e foram contabilizados 1.303.291 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.

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