Secções
Entrar

Clima: Portugal 'vulnerável' a alterações climáticas exige 'prioridade nacional'

10 de agosto de 2021 às 07:12

A situação de Portugal "é agravada pela exposição a eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor conjugadas com secas associadas a condições de enorme redução da humidade e à subida do nível do mar.

Portugal é dos países europeus com maior vulnerabilidade às alterações climáticas, pelo que este problema deve converter-se numa prioridade nacional, aconselhou esta terça-feira a organização ambientalista ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável.

Em comentário, enviado à Lusa,ao relatório do primeiro grupo de trabalho do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticasrelativo aos fundamentos científicos das alterações climáticas, a ZERO realçou que "o documento apresentou o aviso mais severo de sempre da comunidade científica mundial sobre os efeitos das emissões de gases de estufa e consequentes alterações climáticas, antes do planeta atingir um aumento de temperatura superior a 1,5 ºC".

No contexto europeu, salientou-se que não só "a região do Mediterrâneo apresenta grandes vulnerabilidades e menores oportunidades para lidar com as alterações climáticas", como "é das mais vulneráveis às alterações climáticas".

Em concreto, prevê-se que esta região venha a ter ondas de calor, secas e fogos florestais ainda piores do que as conhecidas, com impacto na agricultura, na pesca e turismo. Algumas sub-regiões podem ter a produção agrícola reduzida em dois terços e a superfície de floresta queimada triplicada. Estima-se também que dezenas de milhões de habitantes sejam afetados por maior escassez de água, riscos de inundações costeiras e ondas de calor potencialmente mortais, detalhou a Zero.

"Devido às suas características geográficas, Portugal encontra-se entre os países europeus com maior vulnerabilidade a estas alterações", adiantou.

Mais acentuadamente, a ZERO defende que "em Portugal, as alterações climáticas deverão ser cada vez mais uma prioridade nacional".

A justificar esta posição, salientou-se que "a região Mediterrânica (e sua interseção com o Atlântico) apresenta-se como um 'hotspot', ou seja, uma zona geográfica de maior vulnerabilidade aos efeitos adversos das alterações climáticas".

Entre estes efeitos, detalhou-se, estão desertificação, seca, fogos florestais, erosão da linha de costa devido à subida do nível médio do mar e ao aumento de tempestades, diminuição da produtividade agrícola, dificuldade na manutenção de sistemas agrícolas mais sensíveis a limitações hídricas ou de produção tradicional, propagação de doenças transmitidas por vetores e a poluição atmosférica, entre outros aspetos.

A situação de Portugal, conforme a concretização feita, "é agravada pela exposição a eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor conjugadas com secas associadas a condições de enorme redução da humidade e à subida do nível do mar (fatores que causam potenciais cheias e galgamentos costeiros)".

Posto isto, a ZERO entende que "urge a adoção imediata de ações de mitigação, que combatam as causas, e de adaptação, que minimizem os impactos, com vista a uma sociedade neutra em carbono e resiliente ao clima".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela