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China realiza incursão perto de Taiwan no mesmo dia da visita de senadora dos EUA

31 de maio de 2022 às 07:52

Entre as questões a serem abordadas estão a segurança regional, o comércio e o investimento, bem como as cadeias de fornecimento globais, referiu o Instituto Americano em Taiwan, a "embaixada" de facto dos Estados Unidos na ilha, dada a ausência de laços diplomáticos formais.

A China realizou, na segunda-feira, a segunda maior incursão do ano na zona de defesa aérea de Taiwan, coincidindo com a chegada ao território da senadora norte-americana Tammy Duckworth, para uma visita de três dias.

A incursão de Pequim na zona de identificação de defesa aérea (Adiz, na sigla em inglês) da ilha incluiu 20 caças, de um total de 30 aeronaves.

Tammy Duckworth vai reunir-se, em Taipé, com a líder do território, Tsai Ing-wen, e outros funcionários do governo, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan.

A senadora desembarcou no aeroporto local de Taoyuan, num voo comercial, e foi recebida pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Harry Tseng, indicou a mesma fonte.

Além de se encontrar com Tsai, Duckworth também vai reunir-se com o primeiro-ministro, Su Tseng-chang, o ministro da Economia, Wang Mei-hua, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Joseph Wu.

Entre as questões a serem abordadas estão a segurança regional, o comércio e o investimento, bem como as cadeias de fornecimento globais, referiu o Instituto Americano em Taiwan, a "embaixada" de facto dos Estados Unidos na ilha, dada a ausência de laços diplomáticos formais.

Duckworth, cuja visita integra uma deslocação à região do Indo-Pacífico, esteve em Taiwan, por um dia, em junho do ano passado, juntamente com os senadores Dan Sullivan e Chris Coons.

No ano passado, várias delegações compostas por membros do Congresso e do Senado dos EUA visitaram Taiwan, território cuja soberania é reivindicada pela China.

Taiwan é um das principais fontes de tensão entre Pequim e Washington, principalmente porque os EUA são os principais fornecedores de armas do território e podem servir como maior aliado militar, no caso de uma invasão pela China.

O presidente norte-americano, Joe Biden, disse na semana passada que os Estados Unidos interviriam militarmente caso a China invadisse Taiwan, numa das declarações mais fortes e abertas de apoio a Taipé por um líder da Casa Branca em décadas.

Pequim considera Taiwan parte do seu território, apesar de a ilha operar como uma entidade política autónoma, e ameaça utilizar a força, caso Taipé declare formalmente a independência.

Nos últimos anos, centenas de caças chineses entraram na Adiz, numa demonstração de força por parte de Pequim.

Depois da incursão de segunda-feira, o Ministério da Defesa de Taiwan anunciou o envio de aviões e ativou os sistemas de mísseis de defesa aérea para monitorizar a atividade chinesa.

A Adiz de Taiwan é muito maior que o seu espaço aéreo e cruza em certos pontos com o espaço aéreo da China e até mesmo o seu território.

Um mapa de voo fornecido pelo Ministério da Defesa mostra que os aviões entraram pelo canto sudoeste da zona de identificação aérea antes de sair.

No ano passado, Taiwan registou um recorde de 969 incursões aéreas militares chinesas, indicou a agência de notícias France-Presse, mais do que o dobro das 380 incursões em 2020.

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