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CGTP diz que é possível aumentar salários em mais de 1.000 euros

17 de julho de 2019 às 09:19

"Verificamos o enorme potencial de aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional", afirma a comissão executiva da Intersindical.

A CGTP considera possível um aumento salarial superior a mil euros por trabalhador, em média, e vai usar essa perspetiva para defender o aumento generalizado dos salários junto dos partidos com representação parlamentar, a partir desta quarta-feira.

De acordo com um documento que a comissão executiva da Intersindical aprovou esta semana para ser entregue aos diversos grupos parlamentares, tendo em conta a riqueza produzida anualmente pelos trabalhadores e o valor médio das remunerações, existe "um potencial de aumento de 1.344 euros por mês por trabalhador".

"Partindo da riqueza que todos os anos os trabalhadores criam no nosso país e aquela que é distribuída sob a forma de remunerações, verificamos o enorme potencial de aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional (SMN)", afirma a Inter no documento a que a agência Lusa teve acesso.

Em 2018 a riqueza produzida foi superior a 200 mil milhões de euros, refere a central sindical, que, descontando o desgaste dos meios de produção, diz que a produção de riqueza foi de 166,8 mil milhões de euros.

Segundo a CGTP, este valor corresponde a 41.122 euros anuais por trabalhador, cerca 2.937 euros por mês.

Dado que o valor médio das remunerações foi de 1.593 euros por mês, incluindo todos os rendimentos brutos do trabalho, impostos sobre o rendimento e as respectivas contribuições para a Segurança Social, a central considera que os aumentos salariais podem chegar, em média, aos 1.344 euros.

A CGTP refere ainda, a propósito, que se o SMN tivesse evoluído conforme a inflação e a produtividade, seria de 1.137,56 euros em 2020.

Além disso, segundo a central sindical, os gastos com pessoal (salários e contribuições para a Segurança Social) são, em média, 14,15% do total de gastos das empresas, e na generalidade das empresas não ultrapassa os 20% do total de custos.

Para as grandes empresas estes custos são um décimo do total e no alojamento não chegam a um quarto do total de encargos das empresas.

"Assim, o aumento geral dos salários e do SMN terá um impacto imediato que, tal como comprovam as últimas atualizações, não põe em causa a vida das empresas. Se acompanhado pela redução dos custos de contexto, por exemplo com a reposição do IVA da electricidade na taxa mínima, o nível de encargos poderá manter-se praticamente inalterado, e parte da receita do Estado não realizada por esta via será recuperada via IRS e IVA que o aumento do rendimento induzirá", defende a CGTP.

A Inter inicia hoje um ciclo de reuniões com os grupos parlamentares, com um encontro com os deputados do PCP, para lhes apresentar as reivindicações a que gostaria de obter resposta no quadro das eleições legislativas de dia 6 de Outubro.

Aos deputados vai entregar o documento "Por um Portugal com futuro", onde defende o aumento geral dos salários, a valorização das profissões, a revogação das normas gravosas do Código do Trabalho, a estabilidade e segurança no emprego, a regulação dos tempos de trabalho e as 35 horas de trabalho semanal para todos, a melhoria dos serviços públicos e uma políca fiscal mais justa.

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