Secções
Entrar

CDS-PP: só "incompetência" fará o país não sair do défice excessivo

28 de abril de 2016 às 17:22

O primeiro-ministro reiterou que o executivo socialista não irá aumentar o IRS, o IRC ou o IVA

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, disse hoje que apenas por "muita incompetência" do Governo Portugal não ficará fora do procedimento de défice excessivo, depois do défice de 2015 "sem o efeito Banif" ter ficado em 3,03%.

"Devo dizer que 3,03% estaremos a falar de 60 milhões de euros, se não ficarmos fora do procedimento de défice excessivo por isso é muita incompetência do seu Governo", afirmou Assunção Cristas, durante a intervenção da bancada do CDS-PP no debate quinzenal no parlamento com o primeiro-ministro, António Costa.

António Costa, que tinha acabado de confirmar o número de 3,03% de défice em 2015, avançado esta semana pelo ministro das Finanças, não respondeu às críticas de Assunção Cristas, falando apenas da questão do desemprego, igualmente abordada pela líder do CDS-PP.

Antes, a líder do CDS-PP tinha retomado a linha da intervenção seguida pelos sociais-democratas, voltando a questionar António Costa sobre um eventual aumento de impostos, a criação ou reposição de novos impostos ou a possibilidade de cancelar medidas já anunciadas como a baixa do IVA na restauração.

Na resposta, o primeiro-ministro reiterou que o executivo socialista não irá aumentar o IRS, o IRC ou o IVA e assegurou que, "apesar da oposição do CDS", a redução do IVA na restauração é mesmo para colocar em prática a 1 de Julho.

"É com gosto que faço areprise da minha resposta [ao PSD)", ironizou, confessando que "esperava um bocadinho mais" da intervenção de Assunção Cristas "do que ser eco da pergunta já feita pelo PSD".

A propósito dos impostos, o primeiro-ministro recordou ainda a tradição do CDS-PP - "que era ser o campeão dos contribuintes" - considerando que, após quatro anos num Governo que "foi o campeão do aumento dos impostos", "um bocadinho de pudor não lhe ficava mal relativamente a um Governo que foi o primeiro em 20 anos que se estreou sem começar por aumentar o IRS que jurou não aumentar".

"Alguma prudência senhora deputada", aconselhou António Costa, dirigindo-se directamente a Assunção Cristas.

Já depois da líder do CDS-PP ter assinalado a ausência de resposta do primeiro-ministro à sua pergunta sobre a possibilidade de reintrodução do imposto sucessório, António Costa voltou a assinalar as semelhanças da "técnica usada" pelos democratas-cristãos com a "técnica" do PSD.

"Em vez de criticar medidas do governo, a senhor deputada 'hipotisa' [sic], coloca como hipótese eventuais medidas do Governo para se colocar na eventualidade de se opor a essas medidas", disse.

Já no final da sua intervenção, Assunção Cristas recuperou ainda o apelo aos consensos deixado pelo Presidente da República no discurso do 25 de Abril, perguntando ao primeiro-ministro se está disponível para consensos em matéria de reforma do sistema de pensões e reforma da segurança social.

"Os consensos não se definem em abstracto", respondeu António Costa, argumentando não conhecer qualquer proposta do CDS-PP.

"Registo a ausência de pensamento do Governo sobre a matéria", replicou a líder do CDS-PP, assegurando que o partido irá apresentar propostas concretas.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela