Associação dos Ucranianos em Portugal pede ao MNE revisão de política externa para impedir "agressão russa"
Para a Associação, somente com uma "força conjunta e intransigente fará com que os russos libertem os prisioneiros e o território que ocuparam na Ucrânia".
A Associação dos Ucranianos em Portugal agradeceu esta sexta-feira ao ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, o apoio que o país tem dado à Ucrânia e pede uma revisão da política externa para "impedir a agressão russa".
Numa carta enviada ao ministro, a Associação pede ao ministro que "seja revista a política externa de Portugal para impedir a continuação da bárbara e impiedosa agressão russa" .
Para a Associação, somente com uma "força conjunta e intransigente fará com que os russos libertem os prisioneiros e o território que ocuparam na Ucrânia".
Na missiva, assinada pelo presidente da Associação, Pavlo Sadokha, é destacado também que nesta fase da guerra, o governo português esteve sempre do lado do povo ucraniano, tanto na Ucrânia como no acolhimento aos refugiados.
"Na sua última visita a Kiev, no dia de independência da Ucrânia, V. Excª mostrou a sua coragem e solidariedade com o povo ucraniano, quando as forças russas ameaçavam com novos atos de agressão", é referido.
A Associação lembra que a Federação Russa "continua a desrespeitar quaisquer acordos internacionais sobre a forma como os prisioneiros de guerra são tratados".
"No passado dia 31 de Agosto, V.Excª decidiu apoiar , no quadro da União Europeia, o fim do processo de facilitação de vistos para cidadãos russos para a União Europeia. Não obstante o objetivo de tal medida, na perspetiva de todos os nossos compatriotas na Ucrânia a mesma não impede a continuação do sofrimento, mortes, violações e vítimas da agressão Russa", é sublinhado na carta.
Na opinião da Associação, tudo o que consiste em "compromissos" por parte do Ocidente só aumenta a convicção de Vladimir Putin que "consegue passar incólume independentemente da brutalidade dos seus atos".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas, mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções.
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