Amnistia diz ter "provas credíveis" de tortura na Turquia
Segundo a Amnistia Internacional, a polícia está a exercer privações de alimentos e de água, a provocar ferimentos, a fazer ameaças e "nos casos mais graves", a dar "pancadas", a "torturar" e a "violar"
A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional anunciou, esta segunda-feira, que reuniu "provas credíveis" atestando casos de tortura de presos nos centros de detenção na Turquia, após a tentativa de golpe de Estado de 15 de Julho.
"A Amnistia Internacional dispõe de informações credíveis segundo as quais a polícia turca em Ancara e em Istambul mantém detidos em posições dolorosas durante períodos que vão além das 48 horas", disse a ONG, em comunicado.
Segundo a AI, a polícia está a exercer privações de alimentos e de água, a provocar ferimentos, a fazer ameaças e "nos casos mais graves", a dar "pancadas", a "torturar" e a "violar".
Esta segunda-feira, mais de 40 jornalistas foram as novas vítimas da purga lançada pelo presidente da Turquia, que recebeu os líderes da oposição para analisar as consequências da tentativa de golpe de estado. A justiça turca emitiu mandados de captura contra 42 jornalistas, algumas horas depois de ter colocado sob detenção preventiva 40 militares em Istambul, nos últimos episódios da purga desencadeada após o golpe de Estado falhado. Entre os 42 jornalistas, cinco foram já detidos e 11 terão deixado o país, garantiu a agência noticiosa privada Dogan.
Num raro gesto de unidade, Recep Tayyip Erdrogan começou a reunir-se, a meio do dia, com o dirigente do Partido Republicano do Povo (CHP, centro-esquerda), Kamal Kiliçdaroglu - que tinha jurado nunca pôr os pés no palácio presidencial - e o do Partido de Ação Nacionalista (MHP, direita), Devlet Bahceli.
O líder do HDP pró-curdo, Selahattin Demirtas, regularmente apelidado pelo presidente "de terrorista" pelas alegadas ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), não foi convidado.
Depois da tentativa de golpe de Estado na Turquia, mais de 13 mil pessoas estão em detenção preventiva e 5.800 estão detidos, quando Ancara lançou uma "caça às bruxas" contra os simpatizantes do religioso exilado nos Estados Fethullah Gullen, acusado de ter planeado o golpe, a mais grave ameaça em 13 anos de pode de Erdogan. Cerca de 50 mil funcionários foram suspensos ou demitidos.
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