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Turquia actualiza números do golpe militar falhado

16 de julho de 2016 às 16:27

Num novo balanço oficial, feito pelo primeiro-ministro da Turquia, aumentam o número de mortos, feridos e detidos, no rescaldo da noite de violência no país

O primeiro-ministro turco, Benali Yildirim, actualizou há momentos os números de vítimas da tentativa de golpe de Estado militar que ontem, 15 de Julho, aconteceu no seu país. Segundo ele, o número de mortos é agora de 161 e há mais de 1.400 feridos. Mais de 2.800 pessoas foram detidas, entre eles um total de 2.839 militares por estarem ligados à tentativa de golpe de Estado de um grupo de soldados rebeldes na Turquia.

"Eles vão receber cada castigo que merecem", garantiu Yildirim que disse que o golpe seria responsabilidade de "uma organização terrorista paralela", a designação que é normalmente usada para o movimento do clérigo Fethullah Gulen, que vive nos Estados Unidos.

 

Entretanto, o presidente Erdogan enviou uma sms para todos os turcos: Na mensagem de telemóvel, cujo emissor foi RT Erdogan e tinha a sua assinatura no final, o Presidente incita novamente os turcos a irem para a rua e enfrentar uma "estrutura reduzida", num novo apelo à mobilização social contra os golpistas.


O Movimento Gulen

O movimento do clérigo turco residente no Estados Unidos Fethullah Gulen (na imagem), que foi acusado pelo Presidene Erdogan de envolvimento na tentativa de golpe, apressou-se ontem a condenar a actuação dos militares, afirmando em comunicado: "Há mais de 40 anos que Fethullah Gulen e o Hizmet têm defendido e demonstraram o seu compromisso com a paz e a democracia. Denunciamos intervenções militares na política interna. Esses são os valores fundamentais do Hizmet. Condenamos qualquer intervenção militar na política interna da Turquia".

O fundador do poderoso Movimento Gulen (Hizmet), com milhões de seguidores na Turquia entrou em ruptura, em 2013, com Erdogan e o seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, no poder desde 2002), que apoiou na fase inicial da sua ascensão.

Seguiu-se uma dramática luta pelo poder e o início da repressão ao Hizmet no país – acusado por Erdogan de pretender construir um "Estado paralelo" – através do encerramento de dezenas de escolas e processos judiciais contra figuras políticas e militares associadas a este movimento.

EPA/Lusa
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