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Princesa Stéphanie do Mónaco quer jubilar-se

Durante as décadas de 80 e 90, a filha mais nova de Rainier e Grace do Mónaco foi a princesa que mais alimentou a imprensa cor-de-rosa com as suas excentricidades, escândalos e uma infindável lista de romances com cantores, atores, playboys, guarda-costas ou domadores de elefantes. Agora, aos 60 anos, diz que é hora de se retirar, porque merece.

Nasceu para seguir o protocolo, mas decidiu viver uma vida radicalmente diferente da que lhe estava destinada. Stéphanie do Mónaco foi modelo, designer de moda, cantora, atriz e artista de circo, mas foram sobretudo as suas opções sentimentais que sempre angustiaram o pai, o príncipe Rainier III (falecido em 2005).

AP Photo/Daniel Cole, Pool

A irmã mais nova do príncipe Alberto foi a princesa europeia que mais alimentou a imprensa cor-de-rosa nas décadas de 1980 e 1990. Cansou-se do rótulo de "rebelde", há 10 anos que se afastou dos holofotes mediáticos e dedica-se a causas de beneficiência, além da representação do Principado. Em 2015, garantiu à Vanity Fair, que aquela Stéphanie "ficou nos anos 80" e que já não era essa pessoa.

A filha mais nova de Rainier e Grace Kelly fez 60 anos a 1 de fevereiro, tem três filhos – Louis, Pauline e Camille – com funções institucionais, e agora disse, numa entrevista à Point de Vue, que está na altura de se retirar: "Aspiro a algo mais. É hora de me jubilar. Mereço, não é verdade?".

Expulsa dos colégios e a morte da mãe

Ao contrário dos irmãos, Alberto e Carolina, Stéphanie sempre foi uma criança desobediente, que mostrava a língua aos fotógrafos ou desatava a berrar em atos oficiais. Para a tentarem disciplinar, os pais meteram-na nas melhores escolas e colégios internos, de onde fugia ou era expulsa. Conseguiu terminar o ensino secundário, mas não quis estudar mais. "Só de pensar na universidade me aborrece".

AP Photo/Claude Paris

A sua adolescência também foi complicada e acabaria marcada pela tragédia: a 14 de setembro de 1982 ia no carro com a mãe e sofreram um acidente que custou a vida à princesa Grace. Na altura, chegou a especular-se que seria Stéphanie, então com 17 anos, quem conduzia o carro. Durante a longa recuperação, a princesa namorou com Paul Belmondo, filho do ator Jean-Paul Belmondo, com quem viveu dois anos em Paris, na época em que ela começou a trabalhar como designer na casa Dior.

Mas a história com Belmondo terminou quando apareceu Anthony Delon, filho de Alain Delon, romance que duraria algumas semanas. A partir daí, o ritmo de namorados era vertiginoso. Entre 1984 e 1991, passaram pela vida da princesa, entre outros, o piloto Stephan Johanson, os atores Cristopher Lambert e Rob Lowe, o playboy francês Mario Oliver e John John Kennedy, filho do ex-presidente dos Estados Unidos.

Os fatos de banho, a música e a série Dallas

Aos 20 anos, começou a trabalhar como modelo e lançou uma linha de fatos de banho, a Pool Position, que foi um sucesso. Mas o pai opôs-se e, no ano seguinte, estreou-se como cantora – a sua canção Irresistible rapidamente alcançou o top 10 a nível mundial, conseguindo vender mais de dois milhões de cópias. Da música passou ao cinema, no filme Estefanía de A a Z, e participou em seis episódios da lendária série Dallas. Também apresentou programas de televisão, como um especial de magia na BBC. Em 1989, lançou o seu próprio perfume, Stéphanie, e dois anos mais tarde voltaria aos discos, com Winds of chance, que já não teve tanto impacto.

Chris Carroll/Corbis via Getty Images

Em 1991, a imprensa anunciava o romance da princesa com o seu guarda-costas, Daniel Ducruet, com fotografias de paparazzi dos dois no Estoril, em Portugal. A notícia foi mais uma dor de cabeça para o príncipe do Mónaco, já que Ducret tinha uma namorada grávida e havia sido acusado de agressão. Em 1992, Stéphanie deixou a música, mais uma vez pressionada pelo pai, mas em junho revelou que ia ser mãe – Louis nascia em novembro daquele ano. Rainier já lhe havia suspendido a mesada de 24 mil euros, na época, e ela vendeu o exclusivo da gravidez a uma revista. Depois de muito resistir, o príncipe Rainier autorizou o casamento da filha com o guarda-costas, após o nascimento da segunda filha, Pauline, em 1994.

Guarda-costas, Dodi Al-Fayed e acrobata português

A imprensa nunca poupou o guarda-costas, destacando sempre a sua falta de educação e o passado de playboy. Em setembro de 1996, Ducruet é apanhado por paparazzi a trair a princesa com uma stripper, em imagens explícitas. Rainier ficou furioso e exigiu que a filha o expulsasse do principado. Ela até estava disposta a perdoá-lo, mas acabaram por se divorciar.

Frederic Meylan/Sygma via Getty Images

A rutura fez com que Stéphanie retomasse a sua frenética vida amorosa – com vários romances entre os quais com o multimilionário Dodi Al-Fayed, que morreu no acidente com a princesa Diana, em 1997 – até que um novo guarda-costas surgiu: Jean Raymond Gottlieb, que se tornou o pai da sua terceira filha, Camille, nascida em julho de 1998, e de quem se separou meses depois.

Após, outros namoros fugazes, apareceu Franco Knie, domador de elefantes e diretor de um circo suíço. Stéphanie viveu com ele entre agosto de 2000 e fevereiro de 2002, até se apaixonar pelo acrobata portugués, Adan Lopes Peres, 10 anos mais novo do que ela. Casaram-se numa cerimónia secreta em setembro de 2003, mas durou apenas um ano e dois meses.

Vida discreta com 800 mil euros

A 6 de abril de 2005, o príncipe Rainier morreu, Alberto sucede ao pai e pôs à disposição da irmã mais nova um apartamento na ala privada do palácio. Stéphanie ainda se perdeu de amores por um empregado de hotel, um cantor e um acrobata marroquino, 20 anos mais novo do que ela. Apesar da atenção mediática à sua vida privada, a filha mais nova dos Grimaldi é hoje uma figura querida entre os monegascos.

Sebastien Nogier, Pool via AP

A princesa "rebelde" faz uma vida discreta e dedicada aos filhos, às netas – Victoire, de 2 anos, e Constance, de 6 meses, filhas de Louis Ducret – à luta contra a sida, aos animais e às artes circences. Quando deixar de representar o Principado, Stéphanie ficará com uma subvenção anual de 800 mil euros.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.