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Está em curso a sucessão no Luxemburgo. Príncipe passa a tenente-representante

Débora Calheiros Lourenço 08 de outubro de 2024 às 20:48

Guillaume passa a poder agir em representação do pai. No entanto, está ainda pouco claro em que situações uma vez que os seus direitos e deveres não são definidos pela Constituição, mas sim pelo atual Grão-Duque.

O Grão-Duque Henrique, do Luxemburgo, surpreendeu a nação no domingo ao anunciar que iria designar o seu filho Guillaume como tenente-representante do Grão-Duque. Este parece ser o primeiro passo para a sua abdicação.   

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Guillaume passa a poder agir em representação do seu pai, no entanto está ainda pouco claro em que situações uma vez que os seus direitos e deveres não são definidos pela Constituição, mas sim pelo atual Grão-Duque.   

Esta terça-feira celebrou-se a cerimónia oficial de juramento da Constituição perante o parlamento antes de assumir o cargo, que também terá de ser validado pelo primeiro-ministro, Luc Frieden. Por agora, o atual Grão-Duque não referiu quando é que pretende abdicar, até porque as tenências não têm limite de tempo. 

Também Henrique foi tenente-representante do seu pai, João, dois anos e meio antes da sua abdicação. O Grão-Duque João anunciou que abdicaria do trono, dando o lugar ao seu filho na véspera de Natal de 1999, porém, existiu ainda um período de quase um ano para preparar a sucessão, que ficou confirmada a 7 de outubro de 2000.   

Historicamente era comum os primeiros Grão-Duques do Luxemburgo designarem tenente-representantes uma vez que também geriam os Países Baixos e residiam em Amesterdão, nomeando assim representantes locais. Existiram cinco períodos da história em que o país for representado por um Grão-Duque e por um tenente-representante.

Um herdeiro poliglota e escuteiro

Guillaume é uma cara já bastante conhecida dos luxemburgueses, desde os 19 anos que começou a acompanhar o pai nas visitas de Estado, aprendendo a inserir-se no contexto internacional e a discursar.  

Toda a sua infância foi também uma preparação para o cargo de Grão-Duque, que parece agora mais perto do que nunca. Fez a sua formação inicial nas melhores escolas do Luxemburgo antes de partir para a Suíça onde concluiu o ensino secundário no Collège Alpin Beausoleil. De seguida mudou-se para Inglaterra e frequentou a Royal Military Academy Sandhurst onde, em 2002, concluiu a formação de coronel, na mesma escola frequentada pelo seu pai, o seu avô e os príncipes britânicos. Na faculdade estudou política internacional, no Reino Unido, e literatura, em França.   

Foi precisamente em Londres que conheceu a mulher com quem se viria a casar em 2012. A condessa Stéphanie de Lannoy é descendente de uma das mais antigas casas nobres da Bélgica e conhecida por ser bastante religiosa, tal como a mãe de Guillaume. Em conjunto têm atualmente dois filhos, o príncipe Charles Jean Philippe Joseph Marie Guillaume, de 4 anos, e o príncipe François Henri Luis Marie Guillaume, de 1 ano.

REUTERS/Guglielmo Mangiapane

Fora da escola, o príncipe herdeiro frequentou o coro do Conservatório e aprendeu a tocar guitarra, tal como a sua mãe Maria Teresa. Tem uma grande relação com a natureza e substituiu o seu avô enquanto chefe nacional dos escuteiros, sendo atualmente o mais alto representante desse organismo no Luxemburgo. É conhecido por quebrar várias vezes o protocolo e visitar acampamentos para se misturar com os jovens e conviver. Durante a pandemia o príncipe herdeiro juntou-se aos escuteiros para entregar compras a idosos e doentes. Guillaume fala luxemburguês, alemão, francês, inglês e espanhol.

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