Maria de Jesus Rendeiro renunciou à herança do marido, de quem era única herdeira, em outubro do ano passado.
A segunda autópsia, realizada em Lisboa, confirmou os resultados da autópsia realizada na África do Sul.
"Não tenho indicação do resultado nem previsão de quando vai ser divulgado o relatório", adiantou a advogada.
Enquanto o marido estudava, Maria de Jesus trabalhava como secretária e tradutora. As viagens de luxo do casal começaram com idas à neve e não pararam quando ela teve um cancro. Desde que Rendeiro fugiu, a mulher vive com a irmã na Quinta Patiño.
O corpo do ex-banqueiro João Rendeiro permanecia na terça-feira na morgue de Pinetown a aguardar ser recolhido pelas autoridades portuguesas, depois de realizada a autópsia nesse mesmo dia.
Medida de coação tinha sido imposta no âmbito do processo D'Arte Asas, no qual é suspeita dos crimes de descaminho, desobediência, branqueamento de capitais e de crimes de falsificação de documento relativamente a obras de arte da coleção do seu marido.
Se assim entender, Maria de Jesus Rendeiro dará seguimento à queixa que o marido apresentou, por sentir-se injustiçado. O processo deu entrada no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e o pedido de indemnização é de 400 mil euros.
Bens apreendidos podem ficar no domínio público, e indemnizações terão de ser pagas pela herança, mas o Estado ainda terá de responder no processo aberto pelo ex-banqueiro.
Abel Marques desconhecia que a colega June Marks quisesse largar o caso do ex-banqueiro, encontrado morto na prisão da África do Sul. Maria de Jesus Rendeiro está devastada com a notícia da tragédia.
Com a morte de João Rendeiro, a herança será usada para pagar as indemnizações - e a herdeira também pode vir a ficar responsável.
Sonhou ser da elite antiga que cedo o esnobou em Lisboa: estudou, trabalhou e (quase) conseguiu. Já rico no Portugal dos anos 90, subiu de patamar com o BPP, o banco com que caiu. Morreu enforcado numa cadeia sul-africana, a dias de fazer 70 anos. Os bens com que afirmara o seu estatuto servirão agora para pagar indemnizações.
O ex-banqueiro do BPP foi encontrado morto na cela da prisão de Westville, na África do Sul, que partilhava com mais de 50 reclusos.
O ex-banqueiro do BPP foi encontrado morto dentro da cela na prisão de Westville, na África do Sul.
O antigo banqueiro do BPP tinha sido condenado por burla qualificada. Foi encontrado morto na prisão.
Maria de Jesus Rendeiro vê assim prolongada a medida de coação aplicada em novembro de 2021, por suspeitas de crime de descaminho de obras de arte da coleção do seu marido, das quais era fiel depositária.
Buscas acontecem depois da juíza ter apresentado uma queixa à Ordem dos Advogados contra os representantes da mulher de Rendeiro, afirmando que os mesmos estavam em situação de incompatibilidade.
