O fim oficial do cordão sanitário ao Chega
A relação de Portugal com o populismo de direita radical é feita de originalidades - e a forma como acabou o cordão sanitário não é uma exceção.
A relação de Portugal com o populismo de direita radical é feita de originalidades - e a forma como acabou o cordão sanitário não é uma exceção.
Na primeira votação, no primeiro dia da legislatura, os dois deputados ficaram a poucos votos da maioria absoluta necessária para serem eleitos, pelos menos 116.
André Ventura combate-se com verdade e políticas credíveis, não com retórica antifascista.
O cenário mais provável nesta altura volátil, a ida para eleições, reabre e amplia a incerteza vivida na ida às urnas há exatamente um ano. À incógnita sobre a reação do eleitorado às terceiras eleições em três anos somam-se as pontes ainda mais queimadas entre os partidos, sobretudo os do centro. Risco para a governabilidade é alto.
As negociações para formar governo começaram na noite do domingo eleitoral, com Friedrich Merz a começar a fazer contactos com o SPD. Contudo, o processo deve demorar pelo menos "até à Páscoa", explica a especialista Mónica Dias.
A Alternativa para a Alemanha consagrou-se a segunda força com 20,8%, já Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler cessante Olaf Scholz, obteve cerca de 16,4%, enquanto os Verdes, parceiro de coligação, tiveram cerca de 11,6% dos votos.
Extrema-direita deverá ter o melhor resultado de sempre, mas ‘cordão sanitário’ trava ambições governamentais.
Tânger Corrêa defende que a divisão dos partidos entre direita e esquerda são conceitos ultrapassados. “Aquilo que acontece hoje em dia é o confronto entre o totalitarismo e a liberdade”.
Trocou Medicina por Filosofia (que se revelaria mais útil em política), foi para o PS aos 15 anos, mas nunca alinhou em unanimismos – e sofreu as consequências. Mas não está melindrado com ninguém. De Bruxelas, não sai para Belém: “Não tenho essa aspiração.”
Até às 17 horas (16 horas de Lisboa) a taxa de participação foi de 59,71%. Um número semelhante só se registou em 1981.
Sánchez revelou estar a ponderar demitir-se após ter sido confirmada a abertura de um "inquérito preliminar" envolvendo a sua mulher, Begoña Gómez, por alegado tráfico de influências e corrupção.
Susana Peralta, economista, e José Filipe Pinto, professor e politólogo, fazem o retrato da política futura e antecipam as dificuldades que o executivo de Luís Montenegro pode enfrentar. Debate do programa começa esta quinta-feira.
O Chega elegeu 48 deputados para o Parlamento e proclamou o "fim do bipartidarismo" no final da noite eleitoral. Mas o politólogo José Filipe Pinto discorda: "Em termos efetivos, o que temos é uma continuação do bipartidarismo".
As sondagens indicam que a direita pode ter a maior votação desde o 25 de Abril, mas o momento está longe de ser de estabilidade, nota o professor de Direito que vive nos Estados Unidos. Os dois maiores partidos do sistema têm de estar dispostos a pagar um preço para travarem o populismo de direita.
O ex-ministro da Economia de António Guterres apoia Montenegro porque não quer mais o PS no Governo. Pensa que António Costa se "pôs a jeito", mas não poupa a Justiça. Vê o Chega um dia a "sentar-se à mesa com os adultos”. E quer Pinto da Costa fora do seu clube.
Passaram-se 78 anos desde a queda do nazismo e a Alemanha parece estar a perder o receio da extrema-direita. O partido radical AFD cresce e isso tem efeitos até nos outros partidos.