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Apoiando Marques Mendes, recuso-me a “relinchar” alegremente campanha fora, como parece tomar por certo o nosso indómito candidato naquele tom castrense ao estilo “é assim como eu digo e porque sou eu a dizer, ou não é de forma alguma!”.
Rapaziada da minha provecta idade identificará no título destas linhas inaugurais o sagaz e bem-disposto equídeo que transportava e acompanhava Lucky Luke, sem que, se a memória me não atraiçoa, o tenha apeado do lombo ou brindado com algum coice.
Não menos óbvia será, portanto, a alusão às recentes declarações do Almirante Gouveia e Melo, candidato presidencial, que prometia as cortesias a quem, entre os seus apoiantes, tivesse a veleidade de o tentar condicionar. Pouco “jolly” (alegre), portanto…
Vejamos: em primeiro lugar, nada mais longe das minhas cogitações do que o “lombo” do Senhor Almirante ou de sentir o toque frio da presidenciável “ferradura”, até porque e desde logo não sou seu apoiante. Apoiando Marques Mendes, recuso-me a “relinchar” alegremente campanha fora, como parece tomar por certo o nosso indómito candidato naquele tom castrense ao estilo “é assim como eu digo e porque sou eu a dizer, ou não é de forma alguma!”.
E começa aí a divergir a rota da minha embarcação. Mediação e consenso são atributos que não dispenso num Presidente da República, mormente em cenários políticos estribados (continuamos na cavalariça, portanto) em maiorias relativas e com forte representação de uma força extremista com a imprevisibilidade e a inconstância próprias dos partidos populistas. Os problemas do País, sobretudo com esta prova de obstáculos, não se resolvem a coice!
Acresce, depois, que a Presidência da República, pedindo imparcialidade, não deixa de ser um cargo político. Uma coisa é não ser partidário, outra bem diferente é tentar passar a ideia (mesmo que tacitamente) de que a política merece cordão sanitário. Por um lado, é este outro dos pontos em que vejo grande vantagem em Luís Marques Mendes, homem com vasta experiência política e recheado currículo, sem comprometer a capacidade de ser fiel aos princípios, como provam as hostilidades pessoais que foi granjeando até no seio do PSD e mesmo alguns momentos de apreensão colectiva quando, na sua vertente de comentador, deu razão a posições adversas às do seu partido.
Por outro lado, o lado anti-sistema de Gouveia e Melo chega, neste particular, a fazer dueto com Ventura. Talvez por isso este esperou e desesperou por uma mostra de carinho do Almirante que terminou… em coice. E lá vai André Ventura, mais uma vez, a jogo, olhando para um elenco escolhido para não fazer sombra, mas que teima em nem sequer brotar do solo político.
Descontando a linguagem de caserna mencionada, ser Presidente é mais do que pôr políticos em parada e não dá poderes (num sistema semipresidencialista) para punir insubordinados.
Sou dos que está grato pelo soberbo papel de Gouveia e Melo durante a pandemia de COVID-19? Com certeza! O que também acho é que da mesma maneira que fazer algumas intervenções sem pausa entre o sujeito e o predicado não me qualificariam para presidir ao Parlamento, também uma lição de mestria logística não justifica per se um quinquénio em Belém.
Texto escrito segundo o anterior acordo ortográfico
Apoiando Marques Mendes, recuso-me a “relinchar” alegremente campanha fora, como parece tomar por certo o nosso indómito candidato naquele tom castrense ao estilo “é assim como eu digo e porque sou eu a dizer, ou não é de forma alguma!”.
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