Dia das professoras afegãs
Sob anonimato, conta uma professora que, de espingarda na mão, os taliban irromperam pela escola e obrigaram todas as mulheres a abandonar, de um dia para o outro, o estabelecimento de ensino em que trabalhavam.
Sob anonimato, conta uma professora que, de espingarda na mão, os taliban irromperam pela escola e obrigaram todas as mulheres a abandonar, de um dia para o outro, o estabelecimento de ensino em que trabalhavam.
A guerra e a militarização do país roubaram, às mulheres afegãs, a independência para sair de casa sozinhas, a possibilidade de frequentar escolas, a participação no parlamento e até nas mesas de voto.
Em 1923, as afegãs podiam escolher com quem casar. Nos anos 40 e 50 do século passado podiam ser enfermeiras e médicas. Agora, não podem estudar além do 6º ano ou falar em público. Como o regime talibã impôs décadas de retrocesso.
Para além de condenar o som público da voz de uma mulher como uma violação do pudor, o governo de facto dos talibãs no Afeganistão ratificou na semana passada uma lei, criticada pela comunidade internacional, que obriga as mulheres afegãs a usar o véu.
ONU apela aos talibãs para que devolvam às mulheres e às raparigas afegãs a dignidade e os direitos que lhes pertencem.
Desde a tomada do poder pelos talibãs que os direitos das mulheres têm sido cada vez mais restritos, estando proibidas de frequentar salas de aula, parques e ginásios.
Casos ocorreram em duas escolas primárias do Afeganistão. 18 rapazes encontram-se entre as vítimas.
No dia 23 de março os Direitos das Mulheres foram, mais uma vez, postos em causa pelo governo talibã, quando as raparigas a partir dos 12 anos foram proibidas de voltar às aulas. A Amnistia Internacional portuguesa relembra que "a educação não é um crime, ser mulher não é um crime".
O Ocidente saiu, as raparigas ficaram. Voltarão às salas de aula? Há afegãos (e afegãs) em campanha por isso. E um discurso dúbio dos talibãs.
Grupo de raparigas com idades entre os 14 e 16 anos foi acolhido em Lisboa, após ter sido retirado de Cabul. Mas, segundo a RTP, nem todas são futebolistas.
Sadaf Sharifzada deixou a mãe e o irmão mais novo no Afeganistão. Parisa Amiri critica os talibã: "Não é correto o que estão a fazer. Nós temos direito a estudar e a jogar futebol."
A tradição afegã dita que as mulheres devem usar roupas coloridas, mas os talibãs só querem ver preto. O protesto surgiu então nas redes sociais, com a publicação de fotografias em que as mulheres afegãs, a viver longe daqueles país, surgem com os trajes tradicionais. "A burca preta nunca fez parte da cultura afegã", disse uma afegã e ativista.
Depois da Presidência, viveu muito debilitado. Quase morreu afogado na praia quando lançou o programa de ajuda aos sírios. Agora, queria ajudar as mulheres afegãs.
ONU alerta que nove em cada dez famílias afegãs não têm comida suficiente para sobreviver, segundo uma sondagem realizada uma semana depois de os talibãs terem conquistado Cabul.
Regime talibã vai interditar mulheres afegãs de frequentar aulas de classes mistas e obrigar a usar o vestido negro tradicional em alguns países islâmicos e a cobrir o rosto com um véu.
Portugal tinha mulheres da política afegã na lista de resgate, mas nunca chegaram a território português. MNE confirmou que “conseguiram sair para outro país europeu”.