Os durienses temem uma terceira vindima consecutiva com dificuldades em escoar as uvas ou a sua venda a preços baixos, com alguns a já terem recebido cartas a cancelar encomendas de uvas para este ano.
Viticultores do Douro manifestam-se esta quarta-feira, no Peso da Régua, para alertarem para a crise que afeta a região, exigirem soluções ao Governo e o escoamento e a venda de uvas a preços justos.
JOSE COELHO/LUSA_EPA
Promovido pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e pela Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (Avadouriense), o protesto visa exigir a tomada de medidas para mitigar a crise que o Douro enfrenta.
Os durienses temem uma terceira vindima consecutiva com dificuldades em escoar as uvas ou a sua venda a preços baixos, com alguns a já terem recebido cartas a cancelar encomendas de uvas para este ano.
"A situação que se vive na região é preocupante e, ou se faz alguma coisa pelo pequeno e médio produtor, ou vamos, a curto prazo, ver parte da região deixada ao abandono", afirmou à agência Lusa Berta Santos, dirigente da CNA.
O apelo é para a participação "em força" no protesto para chamar a atenção do Governo, e uma das revindicação é, pelo menos, a manutenção do benefício na vindima de 2025 ao invés de um corte como é defendido pelo comércio, que se queixa de quebras nas vendas e de 'stocks' cheios.
O benefício, que é a quantidade de mosto que cada produtor pode destinar à produção de vinho do Porto, foi de 90.000 pipas (550 litros cada) em 2024 e 104.000 em 2023.
"Não aceitamos cortes porque o benefício é aquilo que faz sobreviver o pequeno e médio produtor nesta região. Queremos melhores preços para as uvas, porque os custos de produção são enormes", elencou ainda Berta Santos.
Com esta manifestação pretende-se reclamar o escoamento e preços justos para as uvas, a proibição da compra de uvas abaixo dos custos de produção, uma prioridade à aguardente regional na produção de vinho do Porto, mais fiscalização na entrada de mostos e vinhos oriundos de fora da região e a compra, pelo Estado, de 'stocks' excedentários das adegas cooperativas e atribuição à Casa do Douro de uma capacidade "legal e operacional" para estabilização dos 'stocks'.
A manifestação começa às 10h00 junto à estação do Peso da Régua, no sul do distrito de Vila Real, com os manifestantes a percorrerem a avenida até à rotunda Doutor João Araújo Correia.
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O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.