Em causa está a polémica em torno dos cartazes exibidos durante um protesto de professores que aproveitaram o 10 de Junho para se manifestarem no Peso da Régua e que António Costa considerou "um pouco racistas".
Sindicatos de professores rejeitaram acusações de racismo e repudiaram o uso de insultos num protesto contra o Governo no 10 de Junho, considerando que a polémica contribui para desviar as atenções do problema que afeta a escola pública.
Luís Vieira/Movephoto
"Consideramos que o primeiro-ministro, António Costa, pretende desviar as atenções sobre o gravíssimo problema que atinge a Escola Pública e que tem levado a que os seus profissionais estejam a dinamizar a maior luta de sempre na Educação", lê-se num comunicado do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (Stop).
A Federação Nacional da Educação (FNE), por seu lado, alerta noutro comunicado que "o uso de imagens e palavras insultuosas apenas serve para polarizar o debate e desviar a atenção das questões fundamentais que afetam os professores e educadores".
Em causa está a polémica em torno dos cartazes exibidos durante um protesto de professores que aproveitaram o 10 de Junho para se manifestarem no Peso da Régua e que António Costa considerou "um pouco racistas".
Os cartazes continham uma caricatura do primeiro-ministro com nariz de porco e um lápis espetado em cada olho.
Após a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) se ter demarcado daquelas imagens, considerando que "para se exigir respeito é necessário saber respeitar", também a FNE expressou "o seu total repúdio pelo uso de imagens e palavras insultuosas".
Em comunicado divulgado na sua página eletrónica, a FNE alerta que esses insultos "não contribuem de forma alguma para as legítimas reivindicações dos professores" além de passarem "uma imagem errada e pouco digna dos educadores portugueses".
Defendendo que os professores e educadores portugueses sa~o "profissionais dedicados, comprometidos e altamente qualificados" que "merecem respeito e valorizac¸a~o", a FNE "insta veementemente a todos os intervenientes a adotarem uma postura de respeito mu´tuo e a promoverem um dia´logo construtivo".
Já o Stop, no seu comunicado, sublinha que o protesto no 10 de Junho em Peso da Régua "não foi convocado" por si, defendendo que os profissionais de Educação que ali se manifestaram "exerceram o seu direito de protesto de forma livre, enquanto cidadãos em pleno uso dos seus direitos constitucionais".
"Recusamos qualquer acusação de incitação a atitudes de teor racista", acrescenta o sindicato, sublinhando que os seus estatutos "expressam claramente o repúdio da discriminação com base na raça".
Ao chegar ao local das cerimónias oficiais militares do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas que, este ano decorreram na cidade da Régua, distrito de Vila Real, a mulher do primeiro-ministro, Fernanda Tadeu, exaltou-se com alguns dos comentários dos professores em protesto.
Inicialmente, António Costa pediu à mulher para não responder aos comentários, mas depois virou-se para trás e gritou "racista", visivelmente exaltado.
Mais tarde, em declarações aos populares que o esperavam, o primeiro-ministro considerou que os protestos fazem "parte da liberdade e da democracia".
"Com melhor gosto, com pior gosto, com estes cartazes um pouco racistas, mas pronto, é a vida", frisou.
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