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Reportagem: o país em modo de emergência com a seca

Maria Henrique Espada , Sara Capelo 24 de novembro de 2017 às 07:25

Quando até o ministro do Ambiente assume que está preocupado, é sinal de que o caso é mesmo sério. É a maior seca desde 1931. Nunca tinha sido preciso garantir água com camiões. Já chove, mas não chega: teria de chover pelo menos um mês com valores acima do normal para aliviar a situação

São 11h50 de segunda-feira, dia 20, e António Almeida Henriques, no seu gabinete na câmara de Viseu, de telemóvel colado ao ouvido, é um presidente de câmara em modo de emergência: "Dos bombeiros, quantos (camiões) estão? 45... E à tarde, quantos mais? Mas sem alterar o número de camiões já se conseguem os 4 mil m3/dia?" A Protecção Civil está a fazer transvases, com camiões, da barragem da Aguieira para a de Fagilde, que é suposto atingirem aquele valor por dia. Não está a acontecer. A chamada continua: "Nas medições que mandei fazer ontem não notei muito." O nível da barragem não sobe e há uma explicação: "Acho que a água está a ser absorvida pela terra seca, têm de tentar fazer as descargas mais junto ao pontão, onde o leito é rochoso. Vejam isso, é importante." Nessa manhã houve problemas com os camiões, que já atraem mirones: "Houve congestionamento com o trânsito... Mas aí a GNR tem de fazer o seu trabalho." Desliga finalmente a chamada.

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