De acordo com a página da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), pelas 07:30 este fogo com três frentes, que deflagrou no domingo, contava também com 353 meios terrestres. Outro incêndio activo na localidade de Vale do Coelheiro, distrito e concelho de Castelo Branco, com duas frentes, mobilizava 443 operacionais e 145 veículos.
No distrito há ainda dois fogos já dados como dominados, nas localidades de Codeceirinha e Marmeleiro, ambos no concelho da Sertã. Juntos mobilizam 172 operacionais e 51 meios terrestres.
Em Portalegre há dois fogos activos. Um em Gavião, com 46 operacionais e 20 veículos a combaterem as chamas que deflagraram na terça-feira. Em Nisa são 91 os operacionais no terreno, apoiados por 29 meios terrestres.
Um outro incêndio em Mação, Santarém, que deflagrou na terça-feira, foi dominado, estando ainda no terreno 157 operacionais e 44 veículos.
200 pessoas retiradas
Um total de 200 pessoas foram retiradas de 20 aldeias de Mação, onde as chamas destruíram nos últimos dois dias cerca de 10 mil hectares de área florestal.
Em declarações à agência Lusa, ao início da madrugada, no centro da vila, o presidente da Câmara de Mação, no distrito de Santarém, disse "não haver grandes melhorias" a registar e que "continuam-se a evacuar aldeias", tendo referido que os casos mais preocupantes se centram nas freguesias de Mação e Envendos, onde "estão por controlar" dois incêndios.
"As chamas estão ali por controlar e estão a vir para Mação mais habitantes das localidades de Santos, de Caratão e Casas da Ribeira (20 pessoas por aldeia), localidades que situam a cinco, seis e 10 quilómetros da vila, nomeadamente idosos, que vão ser instalados no lar da Santa Casa da Misericórdia de Mação", disse Vasco Estrela.
O autarca destacou ainda o caso de São José das Matas, na freguesia de Envendos, onde a situação "continua preocupante", e "onde o Centro de dia e o Lar já fizeram a recolha dos utentes para o próprio edifício para evitar alguns problemas durante a noite", tendo referido que "algumas zonas estão a conseguir ser controladas muito com a ajuda das máquinas de rastos", nomeadamente na zona da Maxieira e da Serra do Bando.
No total, contabilizou Vasco Estrela, foram retiradas "cerca de 200 pessoas nos últimos dois dias, das quais cerca de metade já regressou às suas casas", em cerca de 20 aldeias.
Relativamente às evacuações desta noite, o autarca disse que as pessoas "vão ficar alojadas na Santa Casa da Misericórdia de Mação, com muito esforço e empenho, e tentar que fiquem lá alojadas para evitar também separar umas das outras, para que os serviços de saúde possam fazer uma análise".
O presidente da Câmara de Mação, que enquanto falava à Lusa recebia telefonemas de atualização da situação um pouco por todo o concelho, - "muito raramente com boas notícias" -, disse que "os acontecimentos sucedem-se a uma velocidade vertiginosa" e que já existe um "cansaço extremo dos operacionais" no terreno.
"Um dos nossos funcionários, que esteve muito tempo a trabalhar com uma máquina de rastos, foi hospitalizado com cansaço extremo, e há a registar alguns feridos ligeiros e casos de ansiedade, mas nada de muito grave", afirmou.
Até agora, "arderam cinco casas de primeira habitação, para além de casas devolutas, barracões, infraestruturas elétricas e viaturas, com prejuízos não calculados, e mais de 10 mil hectares de floresta, muita área de regeneração natural do incêndio de 2003", frisou.
"Quando estávamos a recuperar o nosso verde horizonte, quando havia uma vez mais esperança da população deste concelho na floresta, na nossa maior riqueza, esta é uma machadada enorme que o concelho está a sofrer", destacou o presidente da Câmara de Mação, lembrando os "muitos avisos" da autarquia e criticando a "falta de uma política nacional para um efetivo ordenamento do território" florestal.