Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas diz que "não é muito diferente ir para Espanha ou ir para o Algarve". "É só uma questão de opção", reforçou.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro, disse esta quarta-feira que Portugal tem de estar "muito atento" à possibilidade de passar a ser uma rota de entrada de migrantes.
"Temos de estar atentos. Temos de estar muito atentos a essa possibilidade porque não é muito diferente ir para Espanha ou ir para o Algarve, é só uma questão de opção", afirmou.
Nesse sentido, acrescentou aquele responsável, é necessário que as autoridades policiais - o SEF, a Polícia Marítima e a Guarda Republicana, nomeadamente através da Unidade de Controlo Costeiro - mantenham a monitorização desse tipo de fenómenos, bem como, a vigilância da fronteira marítima nacional.
Hoje as autoridades marítimas intercetaram oito jovens que desembarcaram na praia de Monte Gordo, no Algarve. Os migrantes, todos do sexo masculino, têm idades entre os 16 e os 20 anos.
No Porto, à margem de uma aula aberta organizada pela Escola do Porto da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, aquele responsável, sublinhou, contudo, que a questão dos migrantes "não é uma responsabilidade primária das Forças Armadas", mas sim uma responsabilidade, em primeiro lugar das autoridades policiais.
"As Forças Armadas colaboram dentro daquilo que são as suas competências dentro dos espaços jurisdicionais em que as exercem. No caso da Força Aérea, a vigilância do espaço aéreo, no caso da Marinha no alto mar, na zona contígua e no mar territorial", explicou.
"O que a Marinha pode fazer é, detetando um ilícito, reter quem comete o ilícito até o entregar às autoridades competentes", acrescentou.
Em declarações à Lusa, também o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, defendeu que Portugal "tem de deixar de lado a ideia de ser ou não uma rota [de migrantes]". Para aquele responsável as rotas dizem diretamente respeito a todos, como aliás se viu pela crise dos migrantes.
"O que acontece no Mar Egeu tem consequências mais tarde ou mais cedo para nós e, portanto, que hoje se referiu sobre os oito marroquinos que desaguaram em terras portuguesas é um episódio que eu não sei se é consistente se não. O que eu sei é que Portugal tem cumprido e mais do que cumprido", afirmou.
Hoje, em declarações aos jornalistas, o capitão do porto de Vila Real de Santo António, Rui Vasconcelos de Andrade, revelou que o alerta foi dado às 10:10, por populares, "dando conta de um possível desembarque de migrantes ilegais" na praia de Monte Gordo.
A mesma fonte adiantou que os jovens chegaram à costa portuguesa "numa embarcação de pesca de boca aberta, com seis a sete metros" e fugiram depois para a zona das dunas, onde foram localizados pelos elementos da Polícia Marítima.
"Aparentavam estar em estado normal, tranquilo, e sem necessitar de grandes cuidados, e foram transportados para o Comando local da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António para identificação", afirmou Vasconcelos de Andrade, sublinhando que foi "providenciada alimentação e vestuário, com apoio da Câmara" da cidade algarvia.
A mesma fonte disse ainda que, pelo que foi possível perceber, os jovens "alegadamente não se queriam dirigir a Portugal e queriam deslocar-se para a costa sul de Espanha", podendo ter a embarcação sido desviada para oeste.
A mesma fonte remeteu mais explicações para o SEF, que está a tentar confirmar a nacionalidade dos jovens e que já terá contactado familiares e recebido cópias de algumas identificações, que apontavam ser provenientes de Marrocos.
Em dezembro de 2007, as autoridades também detetaram um grupo de 19 imigrantes alegadamente provenientes de Marrocos na ria Formosa, junto a Olhão, naquele que foi o primeiro incidente do género registado na costa portuguesa.
Portugal tem de estar "muito atento" à possibilidade de vir a ser rota de migrantes
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