Sábado – Pense por si

O dia da descida de Sócrates ao inferno: desespero, e-mails, cigarros e solidão

Fernando Esteves
Fernando Esteves 21 de novembro de 2016 às 08:00

Sócrates foi detido há dois anos. A partir de Paris tentou tudo para o evitar. Sem sucesso: assim que pisou solo português tinha as autoridades à espera. O seu destino próximo estava traçado

Eram oito da manhã de 21 de Novembro de 2014 quando o advogado João Araújo entrou no avião com destino a Paris. Tinha de falar com José Sócrates, que se encontrava na capital francesa, e o telefone não era opção – há muito que o ex-PM estava sob escuta. Assim que encontrou o seu cliente, confirmou-lhe o que ele já antevia: no segundo em que metesse o pé em solo português, seria muito provavelmente detido.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais

Sinais do tempo na Justiça

A maioria dos magistrados não dispõe de apoio psicológico adequado, o que resulta em inúmeros casos de burnout. Se esta estratégia persistir, a magistratura especializada comprometerá a qualidade do trabalho, sobretudo na área da violência doméstica.

Hipocrisia

Agora, com os restos de Idan Shtivi, declarado oficialmente morto, o gabinete do ministro Paulo Rangel solidariza-se com o sofrimento do seu pai e da sua mãe, irmãos e tias, e tios. Família. Antes, enquanto nas mãos sangrentas, nem sequer um pio governamental Idan Shtivi mereceu.

Urbanista

Insustentável silêncio

Na Europa, a cobertura mediática tende a diluir a emergência climática em notícias episódicas: uma onda de calor aqui, uma cheia ali, registando factos imediatos, sem aprofundar as causas, ou apresentar soluções.