As declarações de José Sócrates à saída do tribunal

"A juíza manifesta uma grande parcialidade", afirmou José Sócrates à saída do tribunal.

"Tudo já foi provado que é falso e vou repetir tudo isso de novo", acrescentou.

"As juízas estão aqui a manter um embuste", disse ainda, afirmando que o objectivo "de todo este espectáculo é humilhar".

Explicou ainda que chamou António Costa para que este diga que foi ele que lhe apresentou Manuel Pinho. "Convoco António Costa para que esta verdade seja clara", sublinhou, criticando o atual presidente do Conselho Europeu por nunca ter vindo a público admitir isso.

"Vou prestar declarações, mas ela já sabe o que vai ouvir", diz Sócrates, não garantindo se irá conseguir fazer todas as alegações numa única sessão.

Primeira audiência do julgamento terminou

Terminou a primeira sessão do julgamento da Operação Marquês com a identificação de todos os arguidos.

Sócrates já se identificou

Chamado a identificar-se, José Sócrates lançou uma farpa à juíza por o ter advertido. "Volta a chamar-me para uma advertência", questionou.

Procedeu depois à sua identificação, com nome, data e local de nascimento, morada atual e profissão.

Procedeu-se depois à identificação dos restantes arguidos.

"Salgado não tem capacidade para ser julgado"

O advogado de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho, admitiu a dificuldade da tarefa que o tribunal tem perante si, mas lembrou também a condição "difícil" do seu cliente. "A defesa está amarrada pela ausência física e cognitiva" do antigo bnaqueiro, referiu o advogado. 

"Lamento que não exista uma única mente jurídica que entenda a situação. Só os mortos não são julgados nos tribunais portugueses", acrescenta. "Onde está a dignidade humana quando um arguido que sofre de Alzheimer é julgado como se nada fosse? Não se pode defender, não pode dar ordens aos advogados, não pode confessar se assim o entender. Salgado não tem capacidade para ser julgado", termina.

Defesa de Sócrates quer que julgamento seja transmitido na televisão

O advogado de José Sócrates diz que a defesa do ex-primeiro-ministro "é favorável" a que o tribunal responda afirmativamente a um pedido da CMTV e do Now Canal [da mesma empresa que detém a SÁBADO] para que o julgamento seja transmitido por esse canal. 

O pedido já CMTV e da Now já tinha sido recusado anteriormente pela juíza Susana Seca, mas Delille defende que essa é a única forma de o processo ser realmente público, já que os jornalistas "não representam as pessoas, representam os seus públicos, no máximo".

José Sócrates e Carlos Santos Silva à conversa antes do reínicio do julgamento

Ainda antes do início da sessão, as oficiais de justiça aproximaram-se dos arguidos para explicar que devem sinalizar caso pretendam abandonar a sala de audiências. José Sócrates disse que não sabia ser necessário avisar para se ausentar e pediu desculpas às funcionárias do tribunal.

Antes do início da sessão, José Sócrates e Carlos Santos Silva estiveram a conversar um com o outro cerca de 20 minutos.

Sócrates saiu para a pausa do almoço com oito polícias a escoltá-lo

Julgamento está interrompido para almoço e remota à tarde.

Advogado de Sócrates: "Vou arguir a nulidade desta interrupção"

Pedro Delille começou a fazer a leitura de um requerimento avisando a juíza de que iria "ser longo". A juíza pergunta-lhe se é o último requerimento que apresenta hoje, ao que Pedro Delille responde que sim.

Já depois do requerimento começar a ser lido, a juíza interrompeu o advogado de Sócrates para informar que teria de apresentar o requerimento por escrito. "Estou a ser impedido de defender o arguido. Vou já arguir a nulidade desta interrupção", ameaçou Delille. 

A juíza deu depois instruções para que a sessão seguisse para intervalo para hora de almoço, remetendo para a sessão da tarde as alegações iniciais.

Susana Seca não vai suspender julgamento

A juíza Susana Seco entendeu que o requerimento apresentado pela defesa de Sócrates não impede o prosseguimento da audiência e decidiu não suspender o julgamento. NUma troca de palavras dura, a juíza advertiu que quem dirige o julgamento é a juiz presidente do coletivo. 

"O senhor doutor não determina quando o tribunal fala e respeita o tribunal coletivo e o juiz. O senhor doutor e qualquer arguido", sublinhou a juíza antes de dar a palavra a Delille, num momento de grande tensão. Enquanto decorria esta troca de palavras, Sócrates anuia e sorria.

Sócrates para juíza: "Nâo me dá a palavra?" Juíza negou pedido

O antigo primeiro-ministro e a juíza entraram num bate-boca.

Sócrates pediu para se dirigir à juíza, não tendo Susana Seca dado a palavra ao ex-primeiro-ministro.

"Não me deixa falar? Não me dá a palavra", questionou Sócrates.

"Agora não, o tribunal está a analisar o requerimento. Vou-lhe pedir que se sente e fique em silêncio como os restantes arguidos", respondeu a juíza.

"Então não me deixa falar e ainda me adverte por pedir a palavra", questionou indignado José Sócrates, antes de se sentar.

Pedro Delille explica o requerimento contra juíza e PGR

O advogado Pedro Delille explicou o requerimento contra a juíza presidente do coletivo, Susana Seca, e contra o procurador-geral da República, Amadeu Guerra, e diz que o julgamento deve ser suspenso de imediato.

"A equipa [de magistrados do Ministério Público] é composta por subordinados hierárquicos do PGR. O requerimento está nos autos e implica a suspensão do julgamento. O requerimento determina que não seja praticado qualquer ato neste processo até os dois pedidos estarem decididos", afirmou o advogado de José Sócrates.

No final da intervenção do seu advogado, o ex-primeiro-minsitro abandonou a sala por momentos.

O tribunal pediu dez minutos para apreciar o requerimento.

Defesa de de Salgado: "Pretendíamos que o nosso cliente prestasse declarações"

"Esta defesa pretenderia que o seu cliente prestasse declarações, mas devido à sua situação cognitiva e doença, o mesmo não pode. Quero que fique claro", afirmou Francisco Proença de Carvalho, advogado do banqueiro Ricardo Salgado, esclarecendo o porquê de o arguido não estar presente.

Armando Vara não vai falar nesta fase do julgamento

O advogado de Armando Vara afirmou que o seu cliente não pretende prestar declarações na fase inicial do julgamento. "Não pretende prestar declarações já. Daqui a três anos, quatro, cinco, talvez", referiu o defensor ao que a juíza Susana Seca respondeu, com um tom humorístico: "Que otimista, doutor".

Sócrates quer prestar declarações no início do julgamento

Sócrates pretende prestar declarações no início do julgamento, informou o adovgado do ex-primeiro-ministro, Pedro Delille.

Sócrates está sentado ao lado de Carlos Santos Silva na sala de audiências

Depois de um atraso de quase uma hora - em parte devido a um "problema informático -, o coletivo de juízas entrou na sala de audiências número 1 do piso 6 do edifício A do Campus de Justiça às 10h28 para dar início ao julgamento da Operação Marquês, oito anos depois do Ministério Público ter deduzido a primeira acusação.

Na sala estão 13 arguidos, incluindo o ex-primeiro-ministro José Sócrates, sentado ao lado de Carlos Santos Silva.

"Estas acusações não têm fundamento", afirma Sócrates à chegada ao tribunal

José Sócrates, à chegada do Campus de Justiça, afirmou ser vítima de uma cabala montada por jornalistas e pelo Ministério Público.

"Estas acusações não têm fundamento e os jornalistas estão a defender o sr. PGR que violou o princípio da presunção de inocência ao dizer que eu teria oportunidade de provar a minha inocência em tribunal", afirmou o principal arguido da Operação Marquês, informando ainda ter apresentado um requerimento para que o PGR seja afastado.

E voltou a atacar o "lapso de escrita" e sublinhando que o juiz de instrução considerou que nada na acusação estava indiciada"

José Sócrates já chegou ao tribunal

O principal arguido deste processo chegou ao Campus de Justiça, em Lisboa, pouco antes das 9h.

Os números do processo

Estão em causa 117 crimes, incluindo corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, pelos quais serão julgados os 21 arguidos neste processo. Para já, estão marcadas 53 sessões que se estendem até ao final deste ano, devendo no futuro ser feita a marcação das seguintes e, durante este julgamento serão ouvidas 225 testemunhas chamadas pelo Ministério Público e cerca de 20 chamadas pela defesa de cada um dos 21 arguidos.