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Inquérito conclui que não existe qualquer lista "VIP" na ASAE

O presidente da Associação Sindical dos Funcionários da ASAE Albuquerque do Amaral diz que as conclusões são "surpreendentes e estranhas"

O presidente da Associação Sindical dos Funcionários da ASAE afirmou esta quarta-feira ter ficado surpreendido com as conclusões do inquérito do Governo que indica que "não existe uma lista VIP" naquele órgão de polícia.

 

A secretária-geral do Ministério da Economia concluiu que "não existe qualquer lista VIP" na Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), nem "é utilizado qualquer instrumento que implique um tratamento diferenciado na actuação" da inspecção económica.

 

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Sindical dos Funcionários da ASAE disse que as conclusões são "surpreendentes e estranhas", sublinhando: "Vamos formalmente pedir o acesso a essas conclusões. Queremos também saber se todas as pessoas envolvidas foram ou não ouvidas e o que disseram".

 

"Nós ficamos boquiabertos com estas conclusões, que, embora já esperadas, são surpreendentes. Ainda mais estranho é o facto de nós estarmos a ter conhecimento pela Comunicação Social e não pelo Governo, que não teve a hombridade de nos comunicar", salientou Albuquerque do Amaral.

 

As conclusões constam de um inquérito instaurado pelo ministro da Economia, após a Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF-ASAE) ter denunciado, em Junho, situações em que os inspectores foram proibidos de fiscalizar determinados agentes económicos e em que as brigadas receberam ordens para abandonar os locais que estavam a inspeccionar.

 

O inquérito realizado pela secretária-geral do Ministério da Economia (ME), a que a Lusa teve acesso, concluiu que "não existe qualquer lista VIP ou qualquer outra orientação ou procedimento que se lhe assemelhe", não se tendo também provado "a existência de qualquer mecanismo que implique um tratamento diferenciado na actuação da ASAE relativamente a qualquer pessoa ou organização".

 

O inquérito concluiu também que existem "algumas práticas que deverão ser corrigidas, designadamente quanto ao planeamento das acções de fiscalização e à sua articulação com a de outros organismos congéneres e que, por vezes, actuam em simultâneo com a ASAE".

 

"Nós ficamos a pensar como se consegue retirar qualquer responsabilidade de actos desta natureza. Parece que nós (inspectores da ASAE) é que somos culpados das situações terem acontecido", frisou Albuquerque do Amaral.

 

O responsável frisou que nunca teve conhecimento de que os secretários de Estado tenham mandado alguma vez interromper uma inspecção.

 

Na origem do inquérito estão de brigadas de inspectores da ASAE em duas feiras, em Beja e Portalegre onde se encontravam membros do Governo e numa cooperativa que estava a ser vendida a um grande grupo económico.

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