Presidente do Conselho de Administração avança que a equipa responsável de Faro "fez aquilo que tinha de ser feito". Bebé morreu depois de mãe ter sido transferida para o Amadora-Sintra por falta de incubadoras.
O Conselho de Administração do Hospital de Faro decidiu abrir inquérito ao caso do recém-nascido que morreu depois de a mãe grávida ter sido transferida do Algarve para o Amadora-Sintra. Ao Público, a presidente Ana Paula Gonçalves confirmou o processo e afirmou que a equipa responsável "fez aquilo que tinha de ser feito", sem avançar mais detalhes.
A mulher grávida de 32 semanas, foi transferida do Hospital de Faro para o Hospital Amadora-Sintra, em Lisboa, pelas 19h30 desta terça-feira, depois de dar entrada a meio da tarde.
O Ministério da Saúde não indicou se pediu uma averiguação à situação e a Inspeção-geral das Atividades em Saúde (IGAS) também não o esclareceu.
"A IGAS não disponibiliza qualquer informação [sobre o caso concreto], sendo que certo que, em primeira linha, a indagação é da competência das entidades envolvidas", indicou a Inspeção numa resposta escrita enviada à Lusa.
Também à Lusa, fonte oficial do Ministério da Saúde considerou que "foram seguidos todos os procedimentos de cuidados de saúde adequados".
O hospital Amadora-Sintra refere que a grávida foi "prontamente assistida" e teve "todos os cuidados de saúde considerados necessários".
Numa resposta à Lusa, a administração do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) indica que a "transferência entre hospitais do SNS de utentes grávidas é uma situação que ocorre sempre que clinicamente necessário e seguindo as normas de garantia da segurança das utentes".
Ordem dos Médicos pede que caso seja "investigado totalmente"
Em declarações à agência Lusa, o bastonário Miguel Guimarães disse desconhecer em pormenor o caso da grávida transferida de Faro para o Amadora-Sintra, mas lembra que a transferência constante de grávidas entre instituições pode "comportar risco".
"As autoridades competentes têm de fazer uma investigação, a situação deve ser investigada totalmente pelas instituições com capacidade inspetiva e provavelmente pelo Ministério Público", afirmou Miguel Guimarães.
O bastonário entende que, caso a transferência da grávida se tenha ficado a dever a falta de meios no Algarve para fazer o parto, "o Ministério da Saúde terá uma responsabilidade sobre isso".
O bastonário sublinha que a insuficiência de meios humanos nas maternidades do sul do país, incluindo a região de Lisboa, foi "várias vezes denunciada" pela Ordem e entende que a constante "circulação de grávidas por falta de condições adequadas" dos serviços pode trazer riscos e ter "consequências indesejadas".
Miguel Guimarães frisa que desconhece ainda as causas que levaram à transferência da grávida de Faro para Lisboa e recorda que o desfecho do caso, o falecimento do recém-nascido, poderia ter sucedido igualmente no Algarve.
O bastonário lamentou ainda a morte do bebé e manifestou solidariedade para com os pais e família.
Para Miguel Guimarães, as "autoridades competentes" têm de fazer uma investigação cabal do caso.
Hospital de Faro abre inquérito sobre morte de bebé após transferência da mãe
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