A deputada não inscrita alertou também para o perigo de ataques à democracia.
A deputada não inscrita Joacine Katar Moreira defendeu hoje a necessidade "chamar à razão" as instituições privadas através de requisição civil para o combate à pandemia, alertando também para o perigo de ataques à democracia.
"É necessário que este estado de emergência que se anda a renovar aqui hoje seja um estado de emergência que não sirva só para a requisição de indivíduos, mas que seja um estado de emergência que vá mais longe e faça aquilo que está a resistir, que é fazer uma requisição das instituições, nomeadamente chamar à razão e chamar ao país as instituições privadas", declarou Joacine Katar Moreira, durante o debate sobre a apreciação do decreto do Presidência da República para a prorrogação do estado de emergência.
Joacine Katar Moreira acrescentou ainda que "não se pode falar de estado, seja ele de emergência, de calamidade, ou de contingência se não se falar de democracia e dos ataques à democracia".
"É insuficiente defendermos o estado social e economicamente robusto se lhe retirarmos a força pela nossa inação e passividade face aos ataques aos seus cidadãos e cidadãs e face aos ataques à própria democracia", declarou.
Joacine deixou ainda um recado para o deputado do Chega, André Ventura, com quem esta semana se envolveu numa troca de acusações depois de o deputado ter sido multado pela Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) em cerca de 400 euros por discriminar ciganos, valor criticado pela deputada.
"E é, e repito, uma vergonha, sua palavra favorita, estarmos aqui sentados como se não se passasse nada em Portugal, como se não houvesse ataques à democracia, como se não houvesse racismo em Portugal, como se estivéssemos todos na mesma onda de igualdade, de desenvolvimento", declarou a deputada, apontando para o líder do Chega.
Para a deputada, este é o momento de acionar "nem que seja mentalmente" um estado de emergência antirracista e feminista, combatendo a "pandemia da supremacia racial e ética", da "arrogância e do ódio" e da "instalação do caos e do oportunismo político em época de emergência sanitária".
A troca de insultos entre os deputados tem sido recorrente desde a sua eleição em outubro de 2019. Já em março, o Ministério Público instaurara um inquérito ao líder do Chega depois de, no final de janeiro, o mesmo ter reagido a uma proposta de Joacine Moreira sobre devolução de património às antigas colónias portuguesas com uma mensagem na sua página da mesma rede social propondo que "a própria deputada" fosse "devolvida ao seu país de origem".
Ventura respondeu entretanto a Joacine, desta feita através da rede social Twitter, com nova expressão depreciativa: "é aquilo que eu sempre disse, na Guiné é que estava bem", escreveu, ilustrando com uma foto da deputada não inscrita.
Portugal está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 23 de novembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado e municípios vizinhos. A medida abrange 191 concelhos. O decreto presidencial prevê a renovação do estado de emergência entre as 00:00 de terça-feira e o dia 08 de dezembro.
Covid-19: Joacine defende requisição civil para "chamar à razão" privados
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Não foi fácil, mas desvendamos-lhe os segredos do condomínio mais luxuoso de Portugal - o Costa Terra, em Melides. Conheça os candidatos autárquicos do Chega e ainda os últimos petiscos para aproveitar o calor.
Prepara-se o Governo para aprovar uma verdadeira contra-reforma, como têm denunciado alguns especialistas e o próprio Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, num parecer arrasador.
Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?
No meio do imundo mundo onde estamos cada vez mais — certos dias, só com a cabeça de fora, a tentar respirar — há, por vezes, notícias que remetem para um outro instinto humano qualquer, bem mais benigno. Como se o lobo mau, bípede e sapiens, quisesse, por momentos, mostrar que também pode ser lobo bom.