Catarina Martins defendeu que a resposta para "vencer a crise" "não é austeridade", mas sim a defesa do investimento e emprego, sinais que não tem visto do Governo.
A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu hoje que a resposta para "vencer a crise" devido à pandemia de covid-19 "não é austeridade", mas sim a defesa do investimento e emprego, sinais que não tem visto do Governo.
"Muito embora registemos como boas as intenções do Governo de não querer austeridade", há "medidas preventivas" que "não estão a ser tomadas", como evitar o despedimento de precários ou a distribuição de dividendos de grandes empresas, afirmou Catarina Martins, numa conferência de imprensa, após reunir com 15 economistas na sede do BE, em Lisboa, sobre a resposta a dar à crise pós-pandemia.
A líder bloquista deu o exemplo de Espanha, governada por Pedro Sánchez, um socialista como António Costa, onde não é possível as empresas receberem apoios do Estado se tiverem despedido trabalhadores precários e deixou uma pergunta no ar.
"Porque é que em Portugal não se faz? Porque se a resposta não é a austeridade, então a resposta tem de ser o emprego, manter o salário, manter a força da economia", afirmou.
E continuou que "se é necessário investimento e discutir a forma desse investimento", então a opção, desde já, "manter o emprego era o primeiro sinal de que a resposta não é a mesma austeridade e é sim salário, uma economia forte, uma reação contracíclica por parte do Estado".
A austeridade, segundo afirmou Catarina Martins, "não é solução", porque pode passar pelos cortes em salários e pensões e que, como na anterior crise, pode acrescentar "crise à crise".
Para continuar a debater soluções e propostas para a resposta à crise, os bloquistas vão organizar um debate 'on-line', com o título "Vencer a crise", e que vai decorrer de segunda a quarta-feira na Internet e nas redes sociais.
Em respostas às "vozes" que "nas últimas semanas" anunciam "uma crise e inevitáveis medidas de austeridade", Catarina Martins contrapôs "dois desafios": "Agir já com políticas públicas fortes para que a recessão não se torne inevitável e agir diminuindo as desigualdades."
A austeridade, com cortes nos salários e nas pensões, como resposta a uma crise "é uma mentira" e a líder do BE deu um exemplo do passado: "O que ficou provado depois da crise de 2007/2008 é cortar salários e pensões acrescentou presa à crise acrescentou recessão económica porque já havia uma crise no sistema financeiro."
E para "transformar as intenções genéricas em políticas concretas", apresentou igualmente três prioridades em nome dos bloquistas.
Em primeiro lugar, defendeu "uma política de investimento" que, para não "repetir erros" do passado, da crise de 2011, garanta que se saia da crise "com mais emprego e não com menos emprego, com menos emissões e não com mais emissões".
Em segundo lugar, quer "transformar o emprego precário em emprego estável porque a vaga de despedimentos das últimas semanas provou que a precariedade é um modelo inviável".
Por último, o BE defende que é preciso "usar os meios disponíveis para reforçar os serviços públicos e em particular o Serviço Nacional de Saúde", de forma a que os seus profissionais saiam "desta crise com o reconhecimento e com os meios".
Covid-19: BE quer defesa do emprego e investimento em contraponto à austeridade
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