A Covid-19 alterou regras de conferências de imprensa um pouco por todo o mundo. Por cá há quem denuncie abusos. E o Sindicato dos Jornalistas diz que já é hora de acabar com exceções pensadas para o estado de emergência.
Covid-19: A liberdade de imprensa ainda está confinada?
Há um número limitado de órgãos de comunicação social que pode estar presente na sala nas conferências de imprensa da Presidência do Conselho de Ministros (PCM) e da DGS. Quem ficar de fora pode entrar por Zoom, se o pedir antes, e sujeitar-se a um sorteio que determina quem faz perguntas. As regras foram criadas no início da pandemia, quando o país estava de quarentena. O desconfinamento ainda não chegou para as mudar. Mas o Sindicato dos Jornalistas diz que é hora de as repensar e conta como um pouco por todo o país "há uma tentação do poder" para aproveitar a pandemia e "prolongar exceções".
"Não faz sentido [manter as restrições às conferências de imprensa]. A liberdade de expressão não se suspende porque estamos em pandemia. Além do mais nem estamos em estado de emergência. O jornalismo faz-se com perguntas. Estarmos na normalidade democrática e não se devem prolongar exceções", diz à SÁBADO a vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas, Isabel Nery.
As regras que ainda se mantêm em vigor foram, segundo uma fonte do Governo, pensadas ouvindo as organizações jornalísticas, assim que o país se fechou em quarentena em março. "Ao contrário de outros países, encontrámos uma fórmula que foi pensada com o Sindicato dos Jornalistas e Conselho Deontológico no início da pandemia", nota a mesma fonte, explicando que a ideia foi evitar soluções como a que deu tanta polémica em Espanha por pôr um membro do executivo a filtrar as questões feitas ao primeiro-ministro.
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