O antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva lamentou, esta terça-feira, que exemplos de parcerias entre o Estado e os privados como o da Fundação de Serralves, no Porto, não se tenham disseminado pelo País. Mas rejeitou comentar a actualidade política nacional.
No dia em que foi formalizado como fundador de Serralves a título honorário, tal como os outros antigos Presidente da República até aqui, Cavaco Silva lamentou, em declarações aos jornalistas à saída do Conselho de Fundadores, "que não tenha sido possível até agora estabelecer parcerias entre a sociedade civil e o Estado noutras partes do país com sucesso semelhante a Serralves". "Mostra bem que quando se mobilizam as vontades locais, neste caso do Porto, quando há brio das populações e o Estado se remete a uma posição de não interferir politicamente, não dar instruções, mas apenas cumprir o que consta dos diplomas legais, as coisas podem ter sucesso", declarou o antigo primeiro-ministro, que assinou enquanto tal o decreto de fundação da instituição, em 1989.
O antigo governante, que se mostrou satisfeito e honrado pela integração no Conselho de Fundadores de Serralves, sublinhou, durante o discurso no encerramento da reunião, que "talvez o sucesso aqui no Porto se tenha ficado a dever ao dinamismo da região, ao carinho com que sempre as gentes do Porto trataram a Fundação de Serralves", para além do trabalho desenvolvido quer pelos fundadores quer pelo Conselho de Administração.
"Se este projecto tivesse ficado na dependência do Estado, sem a participação da sociedade civil, sem a independência do poder político, o que é que tinha acontecido? É minha convicção de que se fosse assim - Serralves na dependência do Estado - a fundação não teria alcançado a projecção nacional e internacional que já alcançou. Não teria conseguido dar o contributo que já deu", declarou Cavaco Silva.
Questionado sobre temas da actualidade, o antigo Presidente da República realçou que, mesmo sendo uma "desilusão" para os jornalistas presentes, não faz "por enquanto quaisquer comentários sobre a vida política portuguesa", remetendo, eventualmente, para o futuro: "Ainda vão ter que esperar algum tempo até que eu decida falar, se é que vou falar, sobre a situação política nacional".
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