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Catarina Martins não compreende "os estados de alma" de Costa

07 de setembro de 2017 às 14:37
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A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou hoje que as negociações para o Orçamento do Estado para 2018 são "complexas", mas estão a ser feitas, admitindo não compreender "os estados de alma" do primeiro-ministro

A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou hoje que as negociações para o Orçamento do Estado para 2018 são "complexas", mas estão a ser feitas, admitindo não compreender "os estados de alma" do primeiro-ministro.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou na quarta-feira que a proposta de Orçamento para 2018 será de "progresso sustentável", mas com gestão "prudente", recusando a ideia de "folga financeira" e a perspectiva de dar um "passo maior do que a perna".

Perante a posição de António Costa, a líder bloquista admitiu que "não compreende os estados de alma do primeiro-ministro", sublinhando que "o problema que se põe sobre as restrições e do tamanho do passo" já se ouviu "vezes demais".

"Diziam-nos que se não cortássemos 600 milhões de euros nas pensões era uma desgraça. O PS dizia 'tudo bem, não cortamos 600 milhões, mas congelamos e com isso poupamos 250 milhões de euros'. Provámos que era possível fazer diferente e, na verdade, o aumento das contribuições para a segurança social por via da criação de emprego prova como foi importante ter passos determinados para melhorar a economia", sustentou, em declarações aos jornalistas à margem de uma acção de pré-campanha eleitoral para as autárquicas na Feira de Carcavelos, em Cascais.

Catarina Martins deu ainda o exemplo das restrições impostas à subida do salário mínimo nacional que, afinal, disse, "aumentou duas vezes no espaço de 12 meses e foram criados quase 200 mil postos de trabalho".

"Mas é ainda pouco. Os salários em Portugal são ainda muito baixos, a precariedade ainda é regra, há pensões que são de miséria, os serviços públicos estão a precisar de capacidade para responder às populações, portanto, é preciso fazer escolhas e as escolhas têm de ser feitas pelo modelo que queremos para o país e é com a coragem de colocar os recursos do país ao serviço das pessoas, de quem vive do seu trabalho, que melhora a economia", acrescentou.

Pois, insistiu, "o discurso sobre os passos maiores do que a perna, ou as restrições, às vezes esconde um outro que é sobre as escolhas".

"A quem é que cobramos mais impostos? A quem vive do seu trabalho? À classe média que foi tão penalizada pelo gigantesco aumento de impostos de Vítor Gaspar ou àqueles que, tendo muita riqueza, na verdade nunca pagaram a sua parte de impostos? Como é que fazemos com as pensões? Apostamos que o que faz a sustentabilidade da Segurança Social é a criação de emprego ou vamos insistir num modelo que por só criar desemprego afundou as contas da Segurança Social? São escolhas", fundamentou.

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