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Cardeal António Marto: Covid-19 é "oportunidade" da Igreja para "abrir muitos corações à fé"

O bispo de Leiria-Fátima considera que a pandemia do novo coronavírus é um "grande desafio que se abre" para a Igreja, pois "interroga muita gente sobre o sentido da sua vida" e "sobre a fragilidade da condição humana".

O cardeal António Marto afirmou hoje em Fátima que a pandemia de covid-19 pode contribuir para a erosão do "cristianismo cultural", mas também pode representar uma oportunidade para a Igreja.

O também bispo de Leiria-Fátima considerou hoje que a pandemia pode ter posto a descoberto o processo "de secularização ou erosão do chamado cristianismo cultural", que "já vinha de trás", num momento em que as igrejas só podem estar ocupadas por um terço dos seus fiéis.

"Poderemos dizer que, talvez, a pandemia acelerou este processo como em tantos outros aspetos, como na política, na economia ou na finança, [expondo] fragilidades que já se vinham manifestando e que agora se agravaram e se aceleraram", notou o cardeal, que falava numa conferência de imprensa no Santuário de Fátima.

No entanto, António Marto considerou que a pandemia também pode representar "uma oportunidade" e um "grande desafio que se abre" para a Igreja.

"Não sabemos quando e como é que isto vai terminar. Isto pode não deixar de interrogar muita gente sobre o sentido da sua vida, sobre a fragilidade da condição humana e pode abrir muitos corações à fé ou à dimensão religiosa", notou.

Neste contexto de pandemia, poderão surgir "acontecimentos surpreendentes - Deus também é sempre surpresa" -, que venham "dar um novo vigor à fé cristã", referiu.

"Não olhemos para uma Igreja apenas de números, mas para uma Igreja chamada a fortalecer a sua fé, a personaliza a fé e a vivê-la num novo contexto, a tornar-se muito mais evangélica, a ir às fontes da fé", salientou.

O cardeal recordou as palavras do Papa Francisco - "desta crise ninguém sai igual" -, para salientar que "uma crise é também sempre uma oportunidade", acreditando que a Igreja possa sair fortalecida num contexto pós-pandemia.

As celebrações da peregrinação de outubro começam hoje e terminam na terça-feira, tendo um limite de cerca de seis mil pessoas, imposto devido à pandemia da covid-19.

A peregrinação é presidida pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, que também participou na conferência de imprensa de hoje.

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