O Bloco de Esquerda, que não pediu a demissão da ministra Constança Urbano de Sousa, diz que são necessárias reformas profundas na Protecção Civil
O Bloco de Esquerda afirma que era inevitável a demissão da ministra da Administração Interna e que são necessárias reformas profundas na Protecção Civil, disse à Lusa o deputado Pedro Filipe Soares.
"Como nós já dissemos publicamente, e junto do Governo, esta demissão não deve servir apenas e só para uma mudança de rostos para que fique tudo na mesma. É necessária uma mudança de fundo na reforma de funcionar da Protecção Civil, quer na reacção às tragédias, quer na prevenção de tragédias, quer em toda a sua estrutura", disse Pedro Filipe Soares.
Para o presidente do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, a demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, era "inevitável" face ao desenrolar dos acontecimentos dos últimos meses e das últimas semanas acrescentando que "também era inevitável a aceitação da demissão" por parte do primeiro-ministro, António Costa.
Face à demissão, o Bloco de Esquerda sublinha também que é obrigatória uma mudança de fundo para que seja reposta "a confiança das pessoas no Estado" e para garantir, afirma, que as situações que ocorreram não voltem a repetir-se.
Questionado sobre a possibilidade de o presidente da República poder vir a condicionar o funcionamento do governo do PS (apoiado pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP), Pedro Filipe Soares diz que a necessidade de reformas e os "acontecimentos" é que vão pautar o desempenho do executivo.
"Essa mudança de fundo parece-nos a nós a exigência maior e que obriga a uma mudança clara da parte do Governo. O desenrolar dos acontecimentos, mais do que as posições políticas de agentes partidários e de órgãos de soberania, é o que nos parece que condiciona, de forma inequívoca, este desfecho que se tornou inevitável", respondeu.
Constança Urbano de Sousa deixou hoje o executivo depois de meses de polémica em torno da responsabilidade política em torno dos incêndios de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e concelhos limítrofes, em Junho, e, no domingo, na região centro, nos distritos de Viseu, Coimbra, Leiria, que fizeram mais de 100 mortos.
A carta de demissão da ministra, que ainda na sexta-feira afirmou que não sairia do Governo, surge horas depois de uma comunicação ao país do Presidente da República, a partir de Oliveira do Hospital, na terça-feira à noite.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que é preciso "abrir um novo ciclo", na sequência dos incêndios de Junho e de domingo passado, e que isso "inevitavelmente obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, como e quando melhor serve esse ciclo".
Desde os incêndios de domingo, que causaram 41 mortos, por duas vezes o primeiro-ministro, António Costa, manifestou a sua confiança política em Constança Urbana de Sousa.
BE considera que a demissão da MAI era "inevitável"
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Num mundo incerto e em permanente mudança, onde a globalização e a tecnologia redefinem o modo de conceber e fazer justiça, as associações e sindicatos de magistrados são mais do que estruturas representativas. São essenciais à vitalidade da democracia.
Só espero que, tal como aconteceu em 2019, os portugueses e as portuguesas punam severamente aqueles e aquelas que, cinicamente e com um total desrespeito pela dor e o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares dos falecidos, assumem essas atitudes indignas e repulsivas.