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António Arnaut: oito meses para fazer história

Maria Henrique Espada
Maria Henrique Espada 26 de maio de 2018 às 08:00

Foi deputado na constituinte quase sem querer. Foi ministro menos de um ano. Mas chegou para marcar o PS e o País.

O recém-fundado CDS andava em comícios inaugurais, no início do Verão de 1974. O primeiro, em Portimão, fora interrompido por desacatos. O segundo, em Loulé, ia a caminho do mesmo. Militantes da extrema-esquerda invadiram o rinque de patinagem e o evento arriscava-se a ficar em nada, com os oradores, Basílio Horta, Adelino Amaro da Costa e o líder da Juventude Centrista acuados. Mas do meio da assistência veio um homem pôr--se à frente do palco, de braços no ar, a gritar para os invasores, "não foi para isto que se fez o 25 de Abril!". Era António Duarte Arnaut. Militante antifascista e fundador do PS, estava no Algarve de férias e foi ao comício centrista – alguns chamavam-lhe fascista – talvez por curiosidade e sem preconceitos. A intervenção "resultou", diz Basílio Horta, que nunca esqueceu a cena: foram salvos de uma cena de pancadaria.

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