No ano passado, registaram-se, em todo o país, mais de 26 mil participações às forças de segurança por crimes de violência doméstica.
O Algarve registou em média quatro participações por violência doméstica por dia em 2018, região que a partir desta sexta-feira fica coberta pela rede nacional de apoio às vítimas daquele crime, disse a ministra da Presidência e Modernização Administrativa.
Em 2018 houve em todo o país mais de 26 mil participações às forças de segurança por este crime, tornando-o o terceiro mais participado em Portugal, precisou Mariana Vieira da Silva, durante uma sessão de assinatura de protocolos de nova geração para a territorialização da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica, em Faro.
"Estamos a falar de uma coisa que acontece todos os dias, muitas vezes à nossa porta, com os nossos vizinhos e as pessoas com quem trabalhamos", salientou, classificando os números como "assustadoramente graves", embora também revelem que as vítimas passaram a reportar mais casos de violência doméstica.
O diretor da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), João Lázaro, considerou que o número de casos participados por dia no Algarve, no ano passado, é "médio", devendo ser olhado, também, através de uma perspetiva positiva, no sentido em que, cada vez mais, as vítimas de crime permanecem menos tempo nas relações.
"Nós, como cidadãos, estamos mais intolerantes ao fenómeno e procuramos romper esse ciclo, o que significa que as pessoas chegam mais cedo à denúncia e a procurar ajuda", declarou aos jornalistas o responsável por aquela instituição particular de solidariedade social.
Segundo Mariana Vieira da Silva, "existem desigualdades no território", algumas com "raízes culturais", mas o problema não deve ser olhado de forma "excessivamente desigual", uma vez que tem dimensão nacional, sendo os territórios "mais difíceis" as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
A ministra da Presidência e Modernização Administrativa sublinhou ainda que o esforço no combate ao fenómeno da violência doméstica "nunca se esgotará na rede de apoio", uma vez que também implica "uma mudança nas atitudes e nos comportamentos", razão pela qual a "dimensão da educação é fundamental".
Os protocolos hoje assinados envolvem 17 municípios e mais de 70 entidades parceiras de diferentes áreas governamentais, nomeadamente, cidadania e igualdade, educação, emprego, segurança, justiça, reinserção social, saúde e segurança social.
Com a celebração destes acordos, todo o território do Algarve passa a ter respostas de atendimento especializado a vítimas de violência contra as mulheres e violência doméstica.
Uma das novidades é a implementação de um modelo de itinerância, o que significa que, além dos postos de atendimento fixos, haverá uma deslocação das equipas aos locais mais próximos de cada centro, consoante as necessidades.
Estão envolvidos todos os 16 municípios do Algarve e o município alentejano de Odemira, onde está sediada a Organização Cooperativa para o Desenvolvimento do Concelho de Odemira (TAIPA), uma das associações envolvidas no projeto, a par da APAV.
Algarve registou quatro queixas diárias por violência doméstica em 2018
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