Em comunicado, o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) refere que segundo o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), entre as 00h00 e as 08h00 locais (mais uma hora em Lisboa) de hoje foram registados apenas alguns eventos de magnitude inferior a 3 na escala de Richter, não havendo notícia de qualquer evento sentido esta terça-feira.
"A actividade sísmica na parte central da ilha de S. Miguel, mais concretamente entre as lagoas do Fogo e do Congro, continua ligeiramente acima dos valores de referência, mantendo uma tendência decrescente, pontualmente perturbada por alguns picos de maior libertação de energia", refere o comunicado divulgado hoje de manhã.
A Protecção Civil açoriana adianta ainda que o último evento sentido foi registado às 19h27 locais (mais uma hora em Lisboa) de segunda-feira, com uma intensidade máxima II/III na escala de Mercalli Modificada na freguesia das Furnas.
Desde as 23h47 de domingo foram registadas várias centenas de microssismos com epicentro entre as lagoas do Fogo e das Furnas, na sua maioria de magnitude inferior a 3 na escala de Richter.
O SRPCBA, em conjunto com o CIVISA, refere ainda que continua a acompanhar o evoluir da situação.
A actual crise sísmica deve-se a uma interacção entre os sistemas vulcânicos e tectónicos, explicou à Lusa o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Miguel Miranda.
"É uma fronteira de placa reconhecida e tem uma velocidade de extensão entre os 4 e os 5 milímetros por ano. Todos os anos existe um bocadinho mais de extensão, o que leva a uma interacção entre os sistemas vulcânicos e tectónicos que dão origem a uma libertação de energia sobre a forma de pequenos sismos, que podem não ser pequenos", disse, explicando que a região do Congro é das regiões mais activas dos Açores e a mais activa de São Miguel.